Estudo revela relação entre corrupção e déficit fiscal
6 de junho de 2012Um relatório da organização Transparência Internacional (TI) divulgado nesta quarta-feira (06/06) alertou para a ligação entre a crise financeira e a corrupção e apontou Grécia, Itália, Portugal e Espanha como os países que menos se esforçam para combater o problema.
O relatório "Riscos de Corrupção na Europa", apresentado em Bruxelas, conclui que as estreitas ligações entre as empresas e os governos favorecem o abuso de poder, o desvio de fundos e a fraude, ameaçando a estabilidade econômica. Considerando as diferenças entre cada país e a impossibilidade de fazer comparações, a organização resolveu não classificar as nações em um ranking.
"Déficits de integridade"
No documento, a organização diz ter detectado "uma forte correlação entre a corrupção e os déficits fiscais". Em 60 páginas, o relatório analisa as práticas anticorrupção de 25 países – os 27 membros da União Europeia – menos Áustria, Chipre, Luxemburgo e Malta, mas incluindo a Noruega e a Suíça.
Segundo o estudo, Grécia, Itália, Portugal e Espanha são países "com sérios déficits nos seus sistemas de integridade".
Das 25 nações estudadas, apenas 19 têm medidas para regular os lobbies e só 10 proíbem doações anônimas a partidos políticos. "Em toda a Europa, muitas das instituições que definem uma democracia e permitem aos países combater a corrupção são mais fracos do que se presume", salientou o presidente da organização, Cobus de Swardt.
A Dinamarca, a Noruega e a Suécia são os países onde é maior a proteção contra a corrupção, conclui o relatório, segundo o qual houve uma grande redução da corrupção em países do leste Europeu – República Tcheca, Hungria e Eslováquia – desde que aderiram à UE.
MS/lusa/rtd
Revisão: Roselaine Wandscheer