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"Estado Islâmico" captura milhares de civis no Iraque

5 de agosto de 2016

ONU fala em três mil sequestrados enquanto fugiam do grupo extremista na província de Hawija. Governo autônomo do Curdistão iraquiano comunica que cerca de 600 civis chegaram com segurança a Kirkuk.

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Mulheres yazidis libertadas pelos extremistas do "Estado Islâmico"
Foto: Imago

O grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) capturou três mil desalojados que fugiam da violência na província iraquiana de Kirkuk, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) nesta sexta-feira (05/08).

"Recebemos relatos de que o 'Estado Islâmico' capturou em 04 de agosto até três mil deslocados" em Hawija, na zona central do Iraque, quando "tentavam fugir para a cidade de Kirkuk", capital da província com o mesmo nome, explicou o porta-voz do Acnur, William Spindler. Citando fontes no Iraque, o Acnur afirmou que ao menos 12 das três mil pessoas capturadas foram mortas pelos jihadistas.

Já o Observatório Iraquiano para os Direitos Humanos divulgou que o número de civis capturados é de 1.900 pessoas, incluindo crianças e mulheres. A organização não governamental, com sede em Bagdá, disse que as pessoas foram sequetradas enquanto tentavam fugir de Hawija, controlado pelo EI. Os extremistas executaram dezenas de capturados, além de terem queimado seis pessoas vivas, segundo o Observatório.

Forças de segurança do governo iraquiano estão cercando Hawija por duas semanas, como parte de uma campanha militar apoiada pelos EUA. Hawija, localizada ao sudoeste de Kirkuk está sob controle do "Estado Islâmico" desde junho de 2014.

A província de Kirkuk, rica em petróleo, é dividida entre as áreas controladas majoritariamente pelo governo autônomo do Curdistão iraquiano e pelo "Estado Islâmico". A força militar curda peshmerga comunicou que aproximadamente 600 civis conseguiram fugir da área controlada pelo EI e chegaram com segurança na cidade de Kirkuk. Localizada a cerca de 250 quilômetros ao norte de Bagdá, Kirkuk também está no centro de uma dsiputa territorial entre os curdos e o governo iraquiano.

Mais de três milhões de iraquianos foram deslocados devido à violência armada desde 2014 e cerca de 220 mil estão refugiados em outros países. As Nações Unidas calculam que no final deste ano 11 milhões de iraquianos precisem de ajuda humanitária.

PV/lusa/dpa