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Era dos micros começou há 30 anos

(am)16 de janeiro de 2005

Os microcomputadores estão comemorando 30 anos de existência. Em janeiro de 1975, a revista americana "Popular Electronics" apresentou o Altair 8800 – o primeiro micro. Começava assim a era digital.

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Antes do micro, o computador tinha a dimensão de um armárioFoto: AP


O Altair 8800, primeiro micro da história, era fabricado por Ed Roberts numa oficina de quintal no Estado do Novo México. E vendido como kit de montagem aos interessados em eletrônica pelo preço de 400 dólares. Não possuía nem monitor, nem teclado e muito menos um disco rígido. Sua aparência eram inteiramente distinta à dos micros atuais.

"Mas os freaks da época ficaram entusiasmados", afirma Andreas Stolte, funcionário do maior museu de computadores do mundo, o Heinz Nixdorf MuseumsForum, na cidade de Paderborn, no norte da Alemanha.

Computer: Am Anfang nicht viel mehr als Null und Eins
Foto: HNF / AP

"Com a ajuda de interruptores e diodos luminosos, era possível fazer algumas programações simples", recorda Stolte. Mas isso demorava um pouco: "Os programas tinham de ser traduzidos em zeros e uns, bit por bit. Para isso, era preciso freqüentemente mudar a posição dos interruptores milhares de vezes".

Apesar disso, o Altair foi um avanço – estavam contados os anos dos grandes computadores, do tamanho de guarda-roupas.

O aparelho que mudou o mundo

Bill Gates, co-fundador da gigante do software Microsoft, ficou entusiasmado. Juntamente com seu amigo Paul Allen, ele escreveu em cinco meses um sistema operacional para o novo micro. Gates pressentiu as perspectivas financeiras do empreendimento.

"Apesar de não termos ainda uma idéia muito exata para que ele poderia servir, ficou logo claro para nós que o Altair transformaria o mundo da computação", afirmou Gates 20 anos depois.

Isso não fora logrado por um antecessor europeu do Altair: em janeiro de 1973, a firma francesa R2E tinha lançado no mercado o primeiro computador a utilizar um microprocessador – o Micral-N. Mas o produto francês permaneceu desconhecido nos Estados Unidos e foi logo esquecido.

Em torno ao Altair formou-se logo uma comunidade de fãs, em geral especialistas em eletrônica. Mas o grande público só começou a registrar a existência dos micros depois do lançamento do Apple II, em 1978. E a consagração só chegou em 1981, com o PC (Personal Computer) da IBM.

Foi nessa época que começou também a paulatina revolução digital que invadiu os quartos de adolescentes. Foram vendidos cerca de 20 milhões de unidades do legendário Commodore 64. Calcula-se que exista hoje, em todo o mundo, cerca de 575 milhões de microcomputadores em operação. Até o ano de 2010 deverão ser mais de um bilhão de aparelhos, segundo os especialistas.

Fábrica pioneira abandona o ramo

Entretanto a fabricação de microcomputadores já não é mais rentável. Nos últimos anos, a IBM teve um prejuízo de quase um bilhão de dólares no setor. Os negócios com o PC já não representam mais do que um décimo das atividades da IBM. Desde 2001, as perdas da empresa com os micros somaram 965 milhões de dólares.

No início de dezembro do ano passado, a IBM vendeu seu setor de microcomputadores para a firma Lenovo, a maior fabricante chinesa do setor. A nova empresa daí resultante terá um volume de vendas calculado em 12 bilhões de dólares – quatro vezes mais que Lenovo tinha até agora, como líder de mercado na China e na Ásia.

IBM / Computerproduktion
Foto: HNF / AP

Com a venda do seu setor de micros, termina uma era para a IBM, que cresceu como pioneira no desenvolvimento de computadores. Futuramente, a empresa quer concentrar-se em ramos mais lucrativos, como o de servidores, software, chips e prestação de serviços.

Para os clientes não haverá por enquanto grandes mudanças, já que será mantido o serviço de manutenção. Os nomes ThinkPad para os notebooks e ThinkCenter para os computadores de mesa foram mantidos. Dez mil empregados da IBM, dos quais 40% já estão na China, e nove mil funcionários da Lenovo passam a produzir PCs. A sede da empresa é em Nova York, mas os negócios são feitos a partir de Pequim e de Raleigh (no Estado americano de Carolina do Norte).