Encontradas novas obras do colecionador do "Tesouro de Munique"
11 de fevereiro de 2014O acervo do colecionador alemão Cornelius Gurlitt é ainda maior do que se estimava até então. Além do "Tesouro de Munique" – que entre suas 1.380 obras inclui quase 600 sob suspeita de se tratar de "arte roubada" pelos nazistas – ele mantinha cerca de outros 60 quadros valiosos em sua propriedade em Salzburgo.
Conforme divulgou nesta terça-feira (11/02) o porta-voz de Gurlitt, Stephan Holzinger, as pinturas foram descobertas, examinadas e colocadas em local a salvo de roubos. Parte das peças é da autoria de artistas célebres como Edouard Manet, Auguste Renoir, Claude Monet e Pablo Picasso.
O filho do marchand Hildebrand Gurlitt, ativo durante o regime de Adolf Hitler, solicitou que se verificasse se também essas obras podem ter sido confiscadas ou adquiridas sob coação por nazistas de seus proprietários originais – em geral, judeus. Segundo Holzinger, um primeiro cotejamento com as listas de "arte roubada" não confirmou essa possibilidade.
A procuradoria da cidade bávara de Augsburg, que coordena as investigações sobre o colecionador de 81 anos, não quis comentar o novo achado. Na última semana, o procurador-geral Reinhard Nemetz declarou: "Uma coisa está bem clara: não vai haver acordo, suspensão do processo em troca da devolução de quadros ou coisa parecida."
Desde sua revelação, em novembro de 2013, o caso vem agitando os meios do comércio e conservação de arte, além de ter acirrado o debate sobre a forma adequada para lidar com as obras adquiridas ilicitamente por membros do nazismo. Uma força-tarefa criada especialmente também está encarregada de investigar a proveniência do "Tesouro de Munique". Cornelius Gurlitt e seus advogados alegam ter sido injusto o confisco das obras de arte que ele herdou de seu pai.
AV/dpa/afp