Enchente do Elba é a maior da história
16 de agosto de 2002As enchentes no leste da Alemanha se agravam a cada minuto. Em Dresden, o nível do Rio Elba ultrapassou a marca histórica dos 8,77m, podendo chegar a 9,6m na noite desta sexta-feira (16). Em outras regiões da antiga Alemanha Oriental, também atingidas pelas enchentes, a população resiste às águas, construindo incansavelmente barricadas com sacos de areia.
Mais de 100 mil pessoas já tiveram que fugir das águas. Alguns moradores resistem às ordens de evacuação da polícia, sendo obrigados a abandonar suas casas à força. Diversos povoados do leste alemão viraram cidades-fantasmas.
Desaguar na mina
– No município de Bitterfeld, na Saxônia-Anhalt, sede de um parque industrial químico, a situação voltou a se agravar. Mais um dique se rompeu, fazendo com que as águas do Rio Mulde corram em direção à cidade. Embora as autoridades ainda considerem a população fora de perigo, seis bairros já foram evacuados.A prioridade é desviar para fora da cidade as águas do Rio Mulde, que alagou uma área de centenas de metros quadrados e chegou a cobrir rodovias adjacentes. Além disso, planeja-se conter a enchente do lago Goitzschesee, motivada pelo rompimento de um dique, desviando suas águas para a cratera de uma mina de carvão a céu aberto abandonada.
Ajuda européia
– A gravidade das enchentes levou a União Européia a assegurar seu apoio aos países afetados. O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, convocou para domingo um encontro de emergência, em Berlim, com a participação do presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, e dos chefes de governo ou ministros do Exterior da Áustria, República Tcheca e Eslováquia.A idéia é conseguir recursos da UE para a Alemanha e a Áustria. Na quinta-feira (15), a UE já tinha liberado 55 milhões de euros de ajuda de emergência para a República Tcheca.
Doações de empresas
– A iniciativa privada também manifestou seu apoio às vítimas das enchentes, fazendo doações de milhões de euros. A BMW liberou um milhão para os governos da Baviera e Saxônia; a Daimler Chrysler anunciou uma ajuda no mesmo valor e cedeu veículos para as operações de resgate; a Siemens prometeu 5 milhões de euros em produtos e prestação de serviço. Empresas menores também asseguraram seu apoio, doando produtos, oferecendo descontos e orientação gratuita.