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Em Kiev, líder da UE promete novas sanções à Rússia

2 de fevereiro de 2023

Presidente da Comissão Europeia diz que vai aumentar a pressão sobre Moscou e impor novo teto aos preços de derivados de petróleo russos. Zelenski pede ao Ocidente que reduza a habilidade da Rússia de driblar punições.

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Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, cumprimenta o presidente Ucraniano, Volodimir Zelenski, em um pódio, em frente a bandeiras da UE e ucranianas
Von der Leyen viajou a Kiev acompanhada de 15 comissários europeus, a maior delegação da UE a visitar Kiev desde o início da guerraFoto: Sergei Supinsky/AFP/Getty Images

Em viagem com a maior delegação da União Europeia (UE) a visitar Kiev desde o início da guerra na Ucrânia, há quase um ano, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reafirmou nesta quinta-feira (02/02) o apoio do bloco ao país invadido e anunciou novas sanções à Rússia.

"Estamos aqui juntos para mostrar que a UE se mantém firmemente ao lado da Ucrânia, e para aprofundar nosso apoio e cooperação", declarou Von der Leyen no Twitter, acrescentando ser bom estar de volta a Kiev. É a quarta vez que ela visita a capital ucraniana desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.

O presidente ucraniano, Volodomir Zelenski, agradeceu à UE pelo apoio e pediu mais sanções à Rússia, afirmando que o ritmo das medidas punitivas diminuiu recentemente e que Moscou está se adaptando a elas.

"É uma tarefa conjunta europeia reduzir a habilidade da Rússia de escapar das sanções. E quanto mais rápido e melhor essa tarefa for cumprida, mais perto estaremos de derrotar a agressão da Federação Russa", disse.

Em resposta, Von der Leyen afirmou, em coletiva de imprensa ao lado de Zelenski, que a UE adotará ainda neste mês um novo pacote de sanções.

"Vamos introduzir, junto com nossos parceiros do G7, um teto adicional aos preços de derivados de petróleo russos, e até 24 de fevereiro – exatamente um ano desde o início da invasão –, pretendemos ter o 10º pacote de sanções em vigor", afirmou a líder europeia.

"A Rússia paga um alto preço [pela guerra], enquanto nossas sanções corroem sua economia, fazendo com que retroceda uma geração. Continuaremos aumentando a pressão ainda mais", assegurou.

Visita simbólica

Von der Leyen viajou a Kiev acompanhada de 15 comissários europeus, incluindo o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.

"A Europa se manteve unida com a Ucrânia desde o primeiro dia. E permaneceremos com vocês para vencer e reconstruir", disse Borrell.

Ele anunciou que até 30 mil soldados ucranianos receberão treinamento especial na UE neste ano e prometeu 25 milhões de euros para remover minas terrestres em áreas retomadas pelas forças ucranianas.

Na agenda da viagem a Kiev está previsto um encontro entre a delegação europeia e ministros ucranianos nesta quinta, além de uma cúpula UE-Ucrânia na sexta.

"Esse é obviamente um símbolo muito forte", disse à DW Marie Dumoulin, diretora do programa Wider Europe do Conselho Europeu e ex-diplomata francesa. Para ela, ao realizar as reuniões em Kiev, os líderes da UE demonstram que "não temos medo de vir. Estamos prontos para fazer isso por vocês."

O que consta na agenda da cúpula?

Dumoulin disse esperar que a ajuda militar e financeira esteja na agenda da cúpula desta sexta-feira. A UE e seus Estados-membros já enviaram à Ucrânia armas e equipamentos no valor de 11,5 bilhões de euros (66,5 bilhões de reais).

O bloco europeu também deve enviar 18 bilhões de euros em apoio financeiro em 2023, com uma parcela inicial de 3 bilhões de euros já encaminhada. Os recursos têm como objetivo ajudar o governo em Kiev a pagar salários e aposentadorias e a manter os serviços públicos essenciais em funcionamento.

"Haverá outras discussões que provavelmente ocorrerão durante a cúpula sobre o apoio para a reconstrução e recuperação do país", explicou Dumoulin.

Ela afirma que algumas estuturas estão sendo colocadas para coordenar doações e o processo de reconstrução. Ainda assim, ela disse esperar progressos moderados do encontro em termos concretos.

lf,rc/ek (Reuters, AP, DW)