Trump critica "profetas do apocalipse" em Davos
21 de janeiro de 2020O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enalteceu nesta terça-feira (21/01) o sucesso econômico do seu governo, exortou as grandes empresas a investirem mais em seu país e lançou fortes críticas aos "eternos profetas do apocalipse" climático no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
"Tenho orgulho em declarar que os Estados Unidos estão em pleno boom econômico, como o mundo nunca viu antes", disse Trump no primeiro dia do evento anual que reúne a elite empresarial e política global.
Após anos sendo recebido em Davos com olhares desconfiados dos que duvidavam das suas promessas de prosperidade econômica perante uma estratégia protecionista, em 2020 o presidente americano se apresenta como o protagonista de "grandes acordos comerciais" e "vertiginosas subidas das bolsas de valores".
Trump elogiou a situação da economia dos EUA sob a sua liderança, dizendo que a recuperação econômica "foi nada menos do que espetacular", em comparação com o período da gestão anterior, marcado por crescimento econômico limitado e salários estagnados.
"Os Estados Unidos estão prosperando. Os Estados Unidos estão ganhando novamente, como nunca aconteceu antes", disse o americano para, em seguida, enaltecer o acordo comercial que assinou com a China e o tratado que tem pendente com o México e com o Canadá.
Trump falou ainda dos baixos níveis de desemprego no seu país e dos elevados ganhos nas bolsas, que afirmou estarem em níveis recorde, aproveitando para convidar os empresários a investirem no mercado americano.
Em uma conferência em que as questões ambientais foram escolhidas como ponto central, Trump se esquivou do assunto quase inteiramente. Ele disse que os EUA se uniriam a uma iniciativa para plantar um trilhão de árvores, mas atacou ativistas ambientais, além de dedicar minutos de seu discurso a elogiar a importância econômica das indústrias de petróleo e gás.
Trump acusou ambientalistas de serem "eternos profetas da desgraça, com as suas previsões de apocalipse", e disse que, a fim de "abraçar as possibilidades de amanhã", a comunidade internacional precisa rejeitar tal alarmismo ambiental.
O discurso foi proferido momentos depois de a jovem ativista sueca Greta Thunberg ter lamentado que nada tenha sido feito para impedir as mudanças do clima, durante participação num painel do evento em Davos.
Em sua fala, a jovem ambientalista acusou os principais representantes da política e dos negócios de fracassarem na luta contra as mudanças climáticas. "Apesar dos protestos em todo o mundo, praticamente nada foi alcançado com a proteção climática", disse a adolescente em sua primeira aparição em Davos.
"Ao contrário de vocês, minha geração não vai desistir sem lutar. Os fatos são claros, mas ainda são desconfortáveis demais para que vocês lidem com eles", acusou.
Ela lembrou que a emissão de gases causadores do efeito estufa continua a aumentar, e disse serem necessários "muito mais" esforços. "Isso é apenas o começo", alertou a jovem ativista. Greta apelou para que governos finalmente levem a sério a proteção do clima. "Precisamos começar a ouvir a ciência e a tratar desta crise com a importância que ela merece", apelou.
Ela ressaltou que, pessoalmente, não pode reclamar por não ser ouvida. Mas esse não é o caso da ciência e da "voz dos jovens". Greta lembrou que em todo o mundo as pessoas começaram a se conscientizar da importância da proteção ambiental.
MD/lusa/ap/rtr/afp
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