Em busca dos mistérios de Vênus
9 de novembro de 2005A Agência Espacial Européia (ESA) comemora o sucesso da decolagem na base espacial de Baikonur, no Cazaquistão, do foguete que levou o primeiro satélite do continente ao espaço para analisar a atmosfera e a superfície de Vênus. A previsão de chegada da sonda é para o dia 11 de abril de 2006.
Planeta de extremos
Com quase o mesmo tamanho, massa e peso da Terra, Vênus não pode, em momento algum, ser comparado com o planeta azul. As condições ambientais para existência de vida são extremas. A pressão atmosférica é 90 vezes superior à de nosso planeta. Seria o equivalente a mergulhar 920 metros de profundidade no mar.
Vênus também é muito quente. A temperatura média da superfície chega aos 450º C, superior à de um forno de cozinha. A explicação científica para o fenômeno é a densa atmosfera, que encurrala o calor solar. O resultado é a formação de um gigantesco efeito estufa, um dos fenômenos que serão analisados pela sonda européia. Esta peculiaridade faz de Vênus o planeta mais quente do Sistema Solar.
Apesar de todas as condições desfavoráveis, uma cápsula russa Venera 5 conseguiu sobreviver longos 110 minutos sob o intenso calor venusiano, em 16 de maio de 1969.
Custos da missão
Dos 220 milhões de euros gastos com a missão, mais da metade foi destinada à construção da sonda. No total, 25 empresas de 14 países da UE estiveram envolvidos no projeto. Conforme cientistas da ESA, a Venus Express foi construída em tempo recorde de quatro anos e é a primeira em mais de dez anos a visitar o planeta mais próximo da Terra. Se tudo correr bem, a previsão é de que, em três anos, a sonda seja trazida de volta à Terra.
Perguntas e respostas
Os instrumentos a bordo da Venus Express estudarão os fenômenos atmosféricos do planeta e ajudarão os cientistas a perceber como são gerados os fortes ventos. Na superfície não há registros de deslocamento do ar, mas basta subir alguns quilômetros rumo ao infinito para ser atigido por nuvens de ácido sulfúrico, que a cada dia varrem o planeta a 400km/h.
Outra dúvida deverá ser esclarecida com a missão: por que um planeta semelhante à Terra teve um desenvolvimento tão diferente durante os últimos 4,6 bilhões de anos?