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Eduardo Campos aposta em parceria com Marina

Ericka de Sá7 de julho de 2014

Em terceiro lugar nas pesquisas, o ex-governador de PE tem o desafio de se mostrar para eleitores de fora do Nordeste. Para isso, investe na associação com Marina Silva: uma aliança com alguns percalços.

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Foto: AFP/Getty Images

Ainda pouco conhecido em nível nacional, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos se esforça para multiplicar aparições em redes de rádio e televisão, em sua campanha para as eleições presidenciais. A aliança com Marina Silva – selada após a negativa de registro ao partido dela – foi a estratégia encontrada, no final do ano passado, para alavancar a exposição nacional do candidato.

Mas não está sendo fácil. A parceria entre os dois – ele, governador durante dois mandatos em Pernambuco e, na época, detentor de altos índices de aprovação; ela, ambientalista que até o último momento tentou criar o próprio partido – precisou ser explicada aos militantes dos dois lados. Marina será a eventual vice-presidente de Campos. Agora, o desafio é crescer nas pesquisas.

Perspectivas eleitorais

A chapa Unidos pelo Brasil, composta também pelos partidos Rede Sustentabilidade, PPS, PPL, PRP, PHS e PSL, deve ter pouco menos de dois minutos de exposição na TV. Por isso, precisa apostar em outras plataformas para conquistar eleitores, especialmente por meio da internet. Marina Silva traz essa bagagem de mobilização digital da campanha de 2010, quando conseguiu mais de 20 milhões de votos.

O jingle da campanha, lançado na última semana, fala em "coragem para mudar o Brasil" e faz referência constante à dupla. Para a campanha, Campos promete focar no "desejo de mudança" do brasileiro, a exemplo do candidato do PSDB, Aécio Neves.

Uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada na semana passada, coloca Campos em terceiro lugar na intenção de voto a partir da lista de candidaturas oficializadas. O percentual de 9%, segundo o instituto, mostra uma pequena recuperação após uma queda de 11% para 7% registrada entre os meses de maio e junho.

Na etapa da pesquisa em que a população indica o candidato preferido sem ver os nomes na lista, Campos alcança 3% das intenções, enquanto a presidente Dilma Rousseff tem 25% e Aécio, 9%. Em caso de disputa entre Dilma e Campos, num eventual segundo turno, a presidente receberia 45% dos votos, e o pernambucano, 35%.

Atritos e diretrizes

Nas últimas semanas, a parceria parecia abalada, principalmente com a aliança entre os dois partidos na candidatura ao governo de São Paulo, onde Márcio França, do PSB, será o vice de Geraldo Alckmin (PSDB). Outra situação que teria causado desconforto é a divisão do PSB mineiro em relação a quem apoiar na eleição estadual.

Na convenção nacional, Marina rebateu as notícias de uma eventual crise entre ela e Eduardo. "O que nos uniu foi a esperança de quebrar esse ciclo vicioso de divisão do Brasil", disse. Publicamente, os dois vêm negando qualquer crise e apostam nas reuniões e negociações feitas ao longo dos nove meses de aliança.

O desafio da parceria Campos-Marina, nos últimos meses, era construir uma agenda que congregasse os interesses dos militantes dos dois partidos. Durante os chamados "encontros programáticos", foram definidos os principais pontos do programa: Estado e democracia; economia para o desenvolvimento sustentável; educação, cultura e inovação; políticas sociais e qualidade de vida; além de novo urbanismo e o pacto pela vida.

Este último ponto é referência a um programa de segurança pública implementado em Pernambuco na gestão do PSB. Nas diretrizes, Campos também prometeu não mexer nos programas sociais criados na gestão do PT. "As conquistas do passado serão garantidas em nosso governo", disse o ex-governador na convenção nacional do PSB, no final de junho.