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EsporteAlemanha

Documentário mostra lado emotivo e familiar de Schumacher

Silke Wünsch
23 de setembro de 2021

Filme sobre o heptacampeão de Fórmula 1 relembra sucessos e desafios de um corredor frio e calculista, destacando também o lado humano do piloto alemão. Mas seu estado de saúde permanece um mistério.

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Michael Schumacher e a esposa, Corinna
Michael Schumacher e a esposa, Corinna, em foto de 2012Foto: picture-alliance/dpa/F. von Erichsen

O documentário Schumacher, que estreou na Netflix, apresenta o lendário piloto de corridas às pessoas mais jovens e o traz de volta à memória de todos aqueles que quase já o haviam esquecido. O filme não explica nada, não justifica nada, não pressiona a glândula lacrimal – apenas descreve. Conta a história de um menino da Renânia, região no oeste da Alemanha, que sempre desejou, e conseguiu, se tornar um grande piloto de corridas.

O estado de saúde do heptacampeão mundial de Fórmula 1 é segredo guardado cuidadosamente pela família e por amigos próximos e permanece um mistério desde o grave acidente sofrido nos Alpes Franceses no final de 2013, do qual não se recuperou até hoje.

Aos 4 anos, Schumacher se senta pela primeira vez em um mini kart originalmente de pedais, adaptado pelo pai com um motor. Isso fascina o pequeno Michael. Ele praticamente cresceu na pista de kart gerenciada pelos pais. Ele disputa corridas e se torna um competidor fantástico, tem um estilo de direção inconfundível e chama a atenção de caçadores de talentos. O jovem Michael nunca pensara que uma dia participaria do circo da Fórmula 1 – algo normalmente só possível com muito dinheiro. Mas isso é garantido por patrocinadores que acreditam no talento do jovem piloto e o levam a classes de corrida cada vez mais altas.

Homem dirigindo kart
Michael Schumacher em 1988 na pista de kartFoto: picture-alliance/Hoch2/Ronco

Em 1991, finalmente participa de sua primeira corrida de Fórmula 1 em Spa, na Bélgica. Termina em sétimo na qualificação, mas não chega a terminar a corrida. Mesmo assim, prova sua capacidade na principal categoria do automobilismo e mostra que não tem medo de grandes pilotos, como Ayrton Senna e Nelson Piquet. A performance do jovem talentoso e autoconfiante fascina a todos, e até mesmo as estrelas da categoria se surpreendem.

Ascensão meteórica

A Benetton contrata Schumacher. Ele ganha sua primeira corrida de F1 em 1992, e seu primeiro título mundial em 1994. Nunca um piloto havia sido tão jovem, tão combativo. Senna, considerado uma lenda absoluta, sofre um acidente fatal nesta temporada – e agora é Schumacher o número 1.

O documentário mostra, além da ascensão quase meteórica de Schumacher, momentos polêmicos do campeão – seu estilo de direção intransigente também era perigoso para seus oponentes. Os contratempos também não ficaram de fora – e a longa e dura luta de Schumacher na Ferrari, que duraria cinco anos antes que ele finalmente garantisse o campeonato mundial para a equipe italiana, por cinco anos consecutivos.

A equipe de filmagem entrevistou muitos de seus colegas – incluindo seus rivais Mika Häkkinen, David Coulthard e Damon Hill. Nomes poderosos da Fórmula 1 de então também dão seu depoimento: Bernie Ecclestone, Flavio Briatore, Ross Brawn e muitos outros.

Família permanece unida

Mas são os membros da sua família que contam as histórias mais pessoais. Sua mulher, Corinna, seu pai, Rolf, seu irmão Ralf, seu filho Mick e sua filha Gina. Aqui falam aqueles que continuam tentando aceitar o fato de que Michael Schumacher provavelmente nunca mais vai se recuperar. Ele está lá, segundo a esposa, mas diferente de antes. "Ele me mostra ainda hoje, todos os dias, como continua forte", diz Corinna Schumacher. O filho Mick, que também corre na Fórmula 1 desde este ano, daria tudo pelo momento em que pudesse conversar sobre automobilismo com o pai.

Michael Schumacher e Eddie Jordan
Em 1991, no circuito de Spa, com o chefe de equipe da Jordan, Eddie JordanFoto: picture-alliance/Panimages

Mais do que isso, o filme não revela. A família quer ser deixada em paz, antigamente Michael costumava proteger a todos, e agora sua família o protege. Filmes e fotos particulares são mostrados, mas tudo termina com o acidente de esqui em Méribel, na França.

A pessoa por trás do volante

O documentário mostra naturalmente um herói da Fórmula 1, o maior piloto de corrida de todos os tempos. Muitas cenas grandiosas e quase icônicas da carreira de Schumacher são mostradas, vitórias e derrotas, no inferno chuvoso de Barcelona, ​​sob o sol forte de Monza.

Mas a pessoa Michael Schumacher é que costuma ficar em primeiro plano. A fria máquina de precisão atrás do volante dá lugar ao cara carregado de emoções que irrompe em lágrimas em uma entrevista, que obviamente ama a mulher e para quem os filhos são o que há de mais precioso.

O filme, que não conta nada de novo, mantém o cuidado de não entrar demais na privacidade da família. É uma homenagem a uma lenda do automobilismo cheio de belas e espetaculares imagens. Um trabalho que mostra respeito por um homem que desapareceu dos olhos do público por quase oito anos devido a um trágico acidente. O único reparo é que uma trilha sonora menos dramática e agridoce teria feito bem ao documentário.