Dirigentes da Fifa são presos por corrupção
27 de maio de 2015Sete cartolas, entre eles cinco altos dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa), foram presos na manhã desta quarta-feira (27/05), em Zurique, acusados de ter recebido milhões de dólares em propina ao longo das últimas décadas.
A polícia regional de Zurique prendeu os suspeitos na chegada para o congresso anual da Fifa, no luxuoso hotel 5 estrelas Baur au Lac (foto), na metrópole suíça. A operação foi realizada a pedido da Justiça dos Estados Unidos. Os dirigentes da entidade máxima do futebol mundial aguardam extradição para os EUA, informaram as autoridades suíças.
Segundo informações do jornal The New York Times, citando fontes da Justiça americana, os cartolas são acusados de lavagem de dinheiro, fraude e extorsão em esquemas que estão em funcionamento desde a década de 1990. Para justificar a extradição, o Ministério suíço da Justiça informou que os crimes teriam sido negociados nos EUA, e os pagamentos foram realizados através de bancos americanos.
"Os suspeitos de corrupção – representantes de mídias esportivas e empresas de promoção do esporte – estão alegadamente envolvidos em esquemas de pagamento de propina a delegados e outros funcionários de sub-organizações da Fifa, totalizando 100 milhões de dólares. Em troca, acredita-se que eles tenham recebido direitos de cobertura midiática, marketing e patrocínio em campeonatos de futebol na América Latina", declarou o Ministério da Justiça da Suíça em comunicado.
As acusações são um grande golpe para a Fifa, no momento em que Joseph Blatter busca seu quinto mandato como presidente da entidade, numa votação marcada para sexta-feira.
Segundo o NYT, entre os acusados está o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin. O jornal cita ainda o vice-presidente da Fifa e chefe da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), Jeffrey Webb, além de Eugenio Figueredo (Uruguai), Jack Warner (Trinindad e Tobago), Eduardo Li (Costa Rica), Julio Rocha (Nicarágua), Costas Takkas (Ilhas Caimã), Rafael Esquivel (Venezuela) e Nicolás Leoz (Paraguai). O nome de Blatter não teria sido mencionado no processo da Procuradoria de Nova York.
De acordo com informações da emissora britânica BBC, Marin, Webb, Li e Figueiredo estariam entre os detidos na operação policial desta quarta-feira.
Um porta-voz da Fifa disse que a entidade máxima do futebol está buscando esclarecer a situação e não comentará as detenções.
FF/rtr/afp