Dilma diz que Brasil está perdendo luta contra Aedes aegypti
29 de janeiro de 2016A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (29/01) que o Brasil está perdendo a luta contra o mosquito Aedes aegypti e que o país deve se mobilizar para derrotar o transmissor da dengue e do vírus zika.
"Temos de nos mobilizar para ganhar a luta. Nós não vamos ganhar a luta se ficarmos de braços cruzados", afirmou a presidente depois de uma videoconferência com os governadores dos estados de Pernambuco, Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo para tratar de medidas de combate ao mosquito.
"Se eu dissesse que estamos ganhando a luta, nós estaríamos numa fase mais avançada. Vamos ganhar essa guerra. Vamos demonstrar que o povo brasileiro é capaz de ganhar essa guerra", reiterou Dilma.
A presidente pediu um reforço das medidas de prevenção contra o Aedes aegypti, numa campanha que vai contar com a participação de igrejas, sindicatos, clubes de futebol e todas as entidades da sociedade civil. "Todos temos que eliminar a água estagnada, que pode estar num vaso, em depósitos de resíduos ou em tampas de bebidas", disse. Segundo ela, na ausência de uma vacina, é importante eliminar as incubadoras de mosquitos.
Ela minimizou a polêmica em torno de declaração feita pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, nesta terça-feira, de que o Brasil estaria perdendo a guerra contra o Aedes aegypti. Dilma disse não ver problema em "constatar" uma realidade. "Dizer que nós estamos perdendo é porque queremos ganhar", afirmou.
A presidente disse que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assegurou que serão iniciados nesta segunda-feira os testes para a vacina da dengue, que está sendo desenvolvida no Instituto Butantan. "Estamos virando essa guerra quando descobrirmos a vacina. A dengue vai ter uma vacina brasileira, que eu considero a melhor", disse a presidente.
Em plena época de ajuste fiscal, Dilma garantiu que não haverá limitação de verbas para o combate e prevenção das doenças. "Tenho certeza que não só o governo federal considera que não pode [faltar dinheiro], mas o Congresso também. Esta despesa tem a ver com a saúde pública no país. Não sofre contingenciamento nem limites. Vamos colocar todos os nossos recursos", assegurou.
A presidente negou que o governo tenha demorado a agir, argumentando que é recente a constatação do zika e a correlação com casos de microcefalia em recém-nascidos.
O Brasil é o país mais afetado pelo surto. Entretanto, o vírus já se espalhou por 20 países do continente americano e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), deve atingir todos os países das Américas, exceto Canadá e Chile.
RC/abr/efe/lusa