Dilma acusa Temer de receber doações irregulares
11 de novembro de 2016A defesa de Dilma Rousseff apresentou nesta quinta-feira (10/11) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) documentos que comprovariam que o presidente Michel Temer recebeu doações irregulares para a campanha eleitoral de 2014.
Entre os documentos, está a cópia de um cheque nominal no valor de 1 milhão de reais repassado a Temer em julho de 2014. O valor foi depositado diretamente no fundo de campanha do presidente. O montante seria propina paga pela construtora Andrade Gutierrez, envolvida no escândalo da Operação Lava Jato.
Diante das evidências, o relator do processo, que pode resultar na cassação da chapa Dilma-Temer, o ministro Herman Benjamin, convocou o ex-presidente da empreiteira, Otávio Marques de Azevedo, para prestar novo depoimento e esclarecer as denúncias. Em setembro, Azevedo havia dito ao tribunal que repassou 1 milhão de reais para o PT, no entanto, os documentos mostraram discrepâncias entre informações.
Além do cheque, a defesa de Dilma apresentou documentos de prestação de contas e comprovante de depósitos da conta do PMDB.
No depoimento, Azevedo alegou que repassou 1 milhão de reais ao PT em março de 2014, como parte de um pagamento de propina referente a contratos da empreiteira com o governo federal. O montante teria sido transferido para a campanha de Dilma em julho do mesmo ano. A defesa da ex-presidente afirma que o repasse, porém, foi feito ao PMDB e foi parar na conta da campanha de Temer, como mostrariam os documentos.
Temer negou irregularidades com a doação. "Trata-se de um cheque nominal do PMDB repassado para a campanha do então vice-presidente Michel Temer, datado de 10 junho de 2014. Basta ler o cheque. Não houve qualquer irregularidade na campanha do então vice-presidente Michel Temer", disse o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola.
As ações sobre as contas da campanha de Dilma e Temer foram levadas ao TSE pelo PSDB. O partido acusa a chapa adversária de irregularidades ao receber doações de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. A investigação pode resultar na cassação do mandato e na inelegibilidade do presidente.
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