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Diagnóstico de Trump gera solidariedade, mas também críticas

2 de outubro de 2020

Após a notícia de que o presidente dos EUA e sua esposa estão com o coronavírus, lideres mundiais desejaram melhoras ao casal, como é de praxe. Porém também houve lugar para acusações veladas e sarcasmo.

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Presidente dos EUA, Donald Trump, de olhos fechados
Durante a pandemia, presidente dos EUA não tem poupado ataques à China e à OMSFoto: Doug Mills/abaca/picture-alliance

A notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua esposa, Melania, contraíram o novo coronavírus geraram as esperadas reações oficiais de simpatia. Mas também outras marcadas por sarcasmo, devido a ele ter menosprezado a pandemia de covid-19 desde o início, assim como por seu comportamento belicoso em relação a outros governos e entidades.

Enquanto a imprensa mundial registrou incertezas sobre como o diagnóstico deverá afetar as eleições americanas de 3 de novembro – nas quais Trump tenta a reeleição, numa campanha polarizada contra o democrata Joe Biden –, líderes mundiais desejaram melhoras ao casal, através de seus perfis oficiais no Twitter.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, expressou solidariedade para com o chefe de Estado americano: "Meus melhores desejos para o presidente Trump e a primeira-dama. Espero que ambos tenham uma rápida recuperação do coronavírus". Johnson contraiu o coronavírus em abril e chegou a ser internado em UTI, após o agravamento dos sintomas.

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, escreveu: "Assim como milhões de israelenses, [sua esposa] Sara e eu estamos pensando no presidente Donald Trump e na primeira-dama Melania Trump, e desejamos a nossos amigos uma recuperação rápida e total."

"Desejo a meu amigo Donald Trump e à primeira-dama uma rápida recuperação e boa saúde", escreveu o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também estendeu votos de melhora rápida ao casal, lembrando que a covid-19 "é uma batalha que continuamos a lutar. Todos os dias. Não importa onde vivamos".

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, transmitiu ao líder americano desejos de uma melhora rápida: "Espero que eles se recuperem bem do coronavírus e estejam logo completamente saudáveis", citou seu porta-voz, Steffen Seibert, no Twitter.

O porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, também desejou recuperação rápida ao casal presidencial, mas aproveitou para deixar uma crítica no ar: "Isso demonstra que o vírus não poupa ninguém, inclusive aqueles que demonstraram ceticismo."

Em conferência de imprensa, o porta-voz Dmitry Peskov transmitiu uma mensagem do presidente russo, Vladimir Putin, a seu homólogo americano: "Estou convencido de que sua vitalidade, boa disposição e otimismo lhe ajudarão a lidar com esse perigoso vírus. É claro que desejamos ao presidente Trump uma melhora rápida e fácil."

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também desejou recuperação rápida ao casal. A OMS se tornou um dos principais alvos de Trump durante a pandemia. O americano acusou a entidade de ser uma "marionete da China" e de administrar mal a doença e anunciou a saída dos EUA da organização da qual o país é um dos principais financiadores.

O adversário de Trump nas eleições presidenciais de novembro, o democrata Joe Biden, também desejou melhoras a Trump. "Jill [sua esposa] e eu enviamos nossos pensamentos ao presidente Trump e à primeira-dama Melania Trump por uma recuperação rápida. Continuaremos a rezar pela saúde e segurança do presidente e sua família", escreveu.

Na China, onde teve inicio a pandemia de covid-19, as reações foram menos positivas.Trump acusou várias vezes o país de disseminar a doença para o mundo, referindo-se repetidamente ao Sars-Cov-2 como "vírus da China".

Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, não houve ainda uma declaração oficial imediata do governo em Pequim, enquanto o país entra no segundo dia de um feriado nacional. O editor do jornal estatal Global Times, Hu Xijin, escreveu no Twitter que "o presidente Trump e a primeira-dama pagaram o preço por apostar no menosprezo à covid-19".

"A notícia demonstra a gravidade da situação pandêmica nos EUA e vai impor uma imagem negativa de Trump e dos EUA, além de afetar negativamente sua reeleição", completou o jornalista.

RC/afp/ap/rtr