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Dezenas de mortos em ataques áereos na Síria

11 de setembro de 2016

Poucas horas após anúncio de acordo de cessar-fogo, bombardeios matam ao menos 90 pessoas em Aleppo e Idlib. Cessação das hostilidades entra em vigor na segunda-feira, data do feriado muçulmano de Eid al-Adha.

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Resgate de feridos depois de ataques aéreos do governo sírio contra a cidade de IdlibFoto: picture-alliance/AA/O. Haj Kadour

Poucas horas após o anúncio de um acordo de cessar-fogo intermediado por EUA e Rússia destinado a pôr um fim ao conflito de cinco anos na Síria, novos ataques aéreos mataram ao menos 90 pessoas no país, segundo comunicou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos neste domingo (11/09).

O Exército da Turquia afirmou também que seus caças militares mataram ao menos 20 jihadistas do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) no norte da Síria. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, renovou sua promessa de destruir o EI na Síria e, consequentemente, acabar com a ameaça que os jihaditas representam ao seu país.

O Observatório Sírio para o Direitos Humanos, organização não-governamental com sede no Reino Unido, comunicou que 58 pessoas morreram num ataque aéreo que atingiu o mercado da cidade de Idlib, horas após o anúncio do acordo de cessar-fogo. Também houve bombardeios em outras partes da província de Idlib, e nas imediações da cidade de Yisr al-Shogur, nas áreas de Ain al-Baida e Hambushia, e na cidade de Badama.

Além disso, o Observatório afirmou que outras 32 foram mortas quando aviões de combate bombardearam a província de Aleppo. Estes teriam sido lançados pelo Exército sírio e visaram áreas controladas por rebeldes, numa tentativa de maximizar os ganhos territoriais antes que o cessar-fogo entre em vigor. A cessação dos combates está prevista para o pôr do sol de segunda-feira, para o feriado muçulmano de Eid al-Adha.

O aumento da violência ocorreu pouco depois do anúncio de um acordo de cessar-fogo, negociado entre os EUA e a Rússia, depois de longas conversas em Genebra. Nos termos do acordo, Moscou pressionará o governo sírio para encerrar sua campanha militar contra os rebeldes apoiados pelos EUA. Em troca, os EUA lançarão operações militares conjuntas com a Rússia contra a Frente Fateh al-Sham (ex-Frente Al Nusra) caso o cessar-fogo seja respeitado por um período mínimo de sete dias.

"Isso requer a suspensão de todos os ataques, incluindo bombardeios aéreos, e qualquer tentativa de ganhar territórios adicionais à custa de partes envolvidas na cessação. Requer acesso desimpedido da ajuda humanitária a todas as áreas sitiadas e de difícil alcance, incluindo Aleppo", disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry.

O governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, não fez nenhum comentário oficial sobre o acordo. Em vez disso, a mídia estatal síria publicou que Damasco ofereceu sua aprovação ao acordo, citando fontes privadas.

O conflito sírio eclodiu em 2011, quando as forças do governo lançaram uma violenta repressão contra manifestantes pró-democráticos que pediam a renúncia de Assad. Em cinco anos, mais de 250 mil pessoas foram mortas e mais da metade da população do país está deslocada, segundo dados da ONU.

PV/rtr/ap/dpa/afp