Deutsche Bank
14 de janeiro de 2009As empresas alemãs Deutsche Bank e Deutsche Post anunciaram nesta quarta-feira (14/01) que selaram novas condições para a venda do Postbank, que pertence à Deutsche Post (a empresa alemã de correios).
O acordo permitirá ao Deutsche Bank, maior banco alemão em ativos, assumir o controle do Postbank antes do planejado e pagando em parte com suas próprias ações, a fim de preservar seu capital diante da crise financeira.
Segundo o novo acordo, a Deutsche Post passará a ter uma participação acionária de 8% no Deutsche Bank, injetando dinheiro na instituição bancária e fazendo com que ela disponha do capital necessário para selar a aquisição do Postbank. A Deutsche Post passa a ser a maior acionista do Deutsche Bank.
Em contrapartida, o Deutsche Bank assumirá, neste primeiro momento, 22,9% do Postbank. Para daqui a três anos, o acordo prevê a transferência de mais 27,4% ao Deutsche Bank, que detém também a opção de compra de outros 12,1%. O valor total da transação alcança 4,9 bilhões de euros.
Participação estatal indireta
Indiretamente, o Estado alemão participa da operação, uma vez que é o principal acionista da Deutsche Post, da qual detém 31% do capital por meio do banco estatal de fomento KfW.
No entanto, o presidente do Deutsche Bank, Josef Ackerman, anunciou que em nenhum momento houve negociações diretas com o governo alemão e assegurou que o banco continuará não precisando de injeções de capital ou mesmo garantias estatais.
"Nesse meio tempo, somos o único banco de investimentos em todo o mundo que não recorreu a fundos estatais nem onerou o contribuinte", disse Ackerman.
Já o presidente da Deutsche Post, Frank Appel, disse que a empresa não tem a intenção de continuar sendo, a longo prazo, a principal acionista do Deutsche Bank. O acordo prevê que a Deutsche Post mantenha sua participação acionária de 8% por no máximo um ano.
O acordo se dá num momento em que o Deutsche Bank surpreendeu o mercado ao anunciar que registrará um prejuízo líquido recorde de 4,8 bilhões de euros no último trimestre de 2008 e de 3,9 bilhões de euros para todo o ano passado.
Em 2007, o banco registrara lucro recorde de 6,5 bilhões de euros. O anúncio do prejuízo fez com que suas ações caíssem 9%.