Destaques do Festival de Cannes
Entre 14 e 25 de maio, evento reúne estrelas do cinema e diretores renomados e estreantes na Côte d'Azur. Filme “Grace: A princesa de Mônaco”, estrelado por Nicole Kidman, abre o festival.
Por cima dos óculos
O cartaz oficial do festival mostra uma cena famosa do filme "Oito e Meio", de Federico Fellini. A ideia é que o fotograma com o ator Marcello Mastroianni simbolize a importância artística do cinema europeu. "A maneira como ele olha por cima dos óculos escuros nos conduz à promessa de prazer cinematográfico", segundo a organização do festival.
Boicote da família principesca
O filme de abertura do festival retrata outro ícone do cinema: Grace Kelly. No filme francês “Grace: A princesa de Mônaco”, do diretor Olivier Dahan, Nicole Kidman interpreta a atriz norte-americana que se tornou princesa de Mônaco. Mas a família principesca de Monte Carlo anunciou que não compareceria à abertura de gala deste ano por não considerar o filme uma obra autêntica sobre a princesa.
Uma mulher à frente do júri
Quem decide para quem irá a Palma de Ouro é o júri do concurso, neste ano presidido pela primeira vez por uma mulher: a diretora neozelandesa Jane Campion. Até 25 de maio, 18 filmes serão assistidos por ela e seus colegas jurados — entre os quais estão o ator mexicano Gael García Bernal e a atriz francesa Carole Bouquet.
Tapete vermelho
Mais uma vez, o tapete vermelho será um dos focos de atenção em Cannes. Desde a primeira edição do festival, em 1946, o desfile de atores e diretores é uma das principais atrações. É sobre o tapete que Hollywood se encontra com o cinema europeu, e estrelas de filmes asiáticos dividem espaço com atores de outros continentes – como a África, neste ano representada por uma produção da Mauritânia.
Homens dominam
A disputa pela Palma de Ouro promete. Neste ano, duas diretoras e 16 diretores participam da competição — entre eles, muitos já conhecidos em Cannes e apenas alguns nomes novos. O anúncio dos convocados foi feito em 17 de abril pelo presidente do festival, Gilles Jacob.
Vitrine para a França
Tradicionalmente, a maioria dos filmes que concorrem no festival são franceses. O país usa o espetáculo na Côte d'Azur como vitrine para a própria produção cinematrográfica. Neste ano, os diretores nacionais convidados foram Olivier Assayas, Bertrand Bonello, Michel Hazanavicius e Jean-Luc Godard (na foto). Olivier Dahan, diretor de “Grace: A princesa de Mônaco”, também é francês.
Hollywood e o mundo todo
Filmes da Turquia, Rússia, Itália, Grã-Bretanha e Bélgica complementam o time europeu que disputa a premiação. Hollywood concorre com apenas duas produções. O Canadá traz três filmes, entre eles o novo longa-metragem de David Cronenberg (na foto). Produções da Argentina, Japão e Mauritânia também estão concorrendo à Palma de Ouro.
Wim Wenders e Sebastião Salgado
Nem o Brasil nem a Alemanha estão presentes na seleção oficial do Festival de Cannes deste ano. Porém, na principal mostra paralela – "Un certain regard" (Um certo olhar) –, os dois países estão representados no documentário "O sal da Terra", de Wim Wenders e Juliano Salgado. O filme retrata a vida do fotógrafo Sebastião Salgado.
Cinema político
Mas em Cannes não apenas glamour, tapete vermelho e arte cinematográfica fazem parte da competição. Mostras paralelas como "Un certain regarde" destacam produções de todo o mundo, que tratam de temas políticos e colocam regiões aparentemente remotas em foco. Um dos filmes é "Run", de Philippe Lacôte, que revela aspectos da história da Costa do Marfim.
Estrelas e lendas do cinema
Nos próximos dias, estrelas do cinema internacional encontram-se mais uma vez no tapete vermelho, diante do palácio onde o festival acontece. E Cannes também prestigia lendas do cinema, como sugere o cartaz do festival, que Marcello Mastroianni estampado. E não para por aí. Em uma festa de gala, o festival também homenageará a lenda viva Sophia Loren.