Desemprego é o menor desde 2015, mas informalidade é recorde
30 de setembro de 2022O desemprego no Brasil caiu para 8,9% no trimestre encerrado em agosto, o menor patamar desde o período encerrado em julho de 2015, quando foi de 8,7%. A queda foi de 0,9 ponto percentual em comparação com o trimestre anterior, encerrado em maio. No total, são 9,7 milhões de trabalhadores desocupados.
Puxado pela informalidade, o número de pessoas ocupadas ficou em 99 milhões, batendo o recorde da série histórica, iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (30/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
O número de empregados sem carteira assinada no setor privado chegou a 13,2 milhões de pessoas, o maior número desde o começo da série histórica, há 10 anos. O aumento foi de 2,8% no trimestre (355 mil pessoas a mais) e de 16% no ano (1,8 milhão de pessoas).
Já o total de empregados com carteira assinada no setor privado, excluindo os trabalhadores domésticos, subiu 1,1% e atingiu 36 milhões.
O índice de ocupação, que leva em conta pessoas em idade de trabalhar, foi estimado em 57,1% - no trimestre anterior era de 56,4%.
Recuo impulsionado por três setores
De acordo com a pesquisa, três atividades contribuíram para o recuo do desemprego em agosto.
O setor de "comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas" teve alta de 3% em relação ao trimestre anterior, adicionando 566 mil pessoas ao mercado de trabalho.
O crescimento de 2,9% em "administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais" representou mais 488 mil pessoas empregadas, enquanto a alta de 4,1% no grupo "outros serviços" significou a entrada de 211 mil pessoas no mercado de trabalho.
O número de trabalhadores por conta própria ficou em 25,9 milhões de pessoas e manteve a estabilidade se comparado ao trimestre anterior.
No setor público, alta foi de 4,1% e o contingente de trabalhadores chegou a 12,1 milhões.
Após dois anos sem crescimento, pelo segundo mês seguido, o rendimento real habitual registrou alta. Em agosto, o salário médio do trabalhador brasileiro alcançou R$ 2.713. O valor representa um avanço de 3,1% em relação ao trimestre anterior, apesar de ter ficado estável na comparação anual.
"Esse crescimento está associado, principalmente, à retração da inflação. Mas a expansão da ocupação com carteira assinada e de empregadores também é fator que colabora", disse a coordenadora da Pnad, Adriana Beringuy.
le/lf (Agência Brasil, ots)