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Desemprego aumenta, contrariando previsões otimistas

(am)14 de julho de 2002

A divulgação das estatísticas do desemprego em junho na Alemanha liquidou as expectativas otimistas do governo de Berlim.

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Desempregados diante de uma agência do Departamento do TrabalhoFoto: AP

O desemprego na Alemanha atingiu em junho último o mais alto nível em comparação aos meses correspondentes dos últimos quatro anos. Segundo as estatísticas divulgadas na semana passada pelo Departamento Federal do Trabalho, 3.954.000 pessoas estavam sem ocupação. Isto representou um aumento de 7.900 em relação ao mês de maio deste ano e de 260 mil em relação a junho do ano passado. A taxa de desemprego subiu para 9,5%, o que significou 0,6% mais que em junho de 2001.

A tendência negativa foi considerada surpreendente, pois nos meses de verão há tradicionalmente uma redução sazonal do desemprego. O chefe do Departamento Federal do Trabalho, Florian Gerster, acredita que neste terceiro trimestre do ano o aumento constante do desemprego poderá ser contido. Porém, uma eventual redução do número de desempregados não pode ser esperada antes do último trimestre do ano, afirmou Gerster.

Ele reconheceu que uma ligeira melhora temporária da situação, no mês de abril, acabou levando a um "otimismo excessivo" e injustificado quanto à evolução do mercado de trabalho a curto e médio prazos.

OCDE espera novo agravamento

A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê para a Alemanha, até o final do corrente ano, um aumento considerável do número de pessoas desempregadas. De acordo com os critérios da OCDE, a taxa média de desemprego na Alemanha foi de 7,4% no ano passado e deverá aumentar para 7,8% em 2002. Em números absolutos, isto significa um aumento de 3,1 milhões para 3,3 milhões de desempregados, em média.

Uma ligeira melhora da situação só é prognosticada pela OCDE a partir de 2003. Ainda assim, a Alemanha não lograria voltar aos níveis de 2001. A taxa média de desemprego prevista para o ano que vem é então de 7,6%, com um total aproximado de 3,2 milhões de desempregados.

A organização divulgou em Paris, nesta terça-feira, o relatório anual sobre a evolução do mercado de trabalho nos países-membros. Para a União Européia em seu todo, o documento prevê um aumento da taxa média de desemprego de 7,4% para 7,6%. E também para os 30 países-membros da OCDE, a previsão é de um agravamento da crise de ocupação: a taxa de desemprego deve subir de 6,4% para 6,9%.

Campanha eleitoral

A crise no mercado de trabalho tornou-se um dos principais temas da campanha eleitoral alemã. Os principais partidos oposicionistas – União Democrática Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU) e Partido Liberal Democrático (FDP) – acusaram o governo de Gerhard Schröder de ter fracassado inteiramente na sua política econômica.

A seu ver, o chanceler social-democrata não apenas deixou de cumprir a sua promessa de quatro anos atrás, que era a de reduzir o número de desempregados para menos de 3,5 milhões. Pior que isto, argumentam os oposicionistas, o agravamento da situação no mercado de trabalho é uma decorrência de medidas prejudiciais ao setor econômico, bem como de passividade da coalizão entre social-democratas e verdes.

O ministro do Trabalho Walter Riester vê a questão, naturalmente, de forma inteiramente distinta. Na sua opinião, o aumento do desemprego na Alemanha é um reflexo da má conjuntura econômica mundial.

Os sinais de superação da crise internacional são claros, segundo Riester, e isto terá dentro em breve efeitos positivos também sobre o desenvolvimento do mercado de trabalho alemão. O chanceler Gerhard Schröder ressaltou, além disso, que a Alemanha está lutando contra as conseqüências da pior recessão econômica mundial dos últimos dez anos.