Cronologia da crise migratória na Alemanha
1 de setembro de 2016No fim de agosto e início de setembro de 2015, fatos importantes marcaram a política do governo alemão em relação aos refugiados. Desde então centenas de milhares de pessoas chegaram ao país fugindo da morte e da guerra, sim simplesmente em busca de uma vida melhor. Relembre os principais acontecimentos:
25 de agosto de 2015
A Alemanha deixa de aplicar a refugiados sírios a regra da chamada Convenção de Dublin, que prevê que um migrante deve apresentar seu pedido de asilo no país em que ingressou na União Europeia (UE).
31 de agosto de 2015
A chanceler federal Angela Merkel classifica o fluxo de refugiados como uma "grande tarefa nacional" e profere a famosa frase que se transformaria em slogan de sua política migratória: "Wir schaffen das" ("Nós vamos conseguir").
4 de setembro de 2015
A Alemanha e a Áustria decidem acolher milhares de refugiados que estavam retidos na Hungria. Quando os migrantes desembarcam na Alemanha no dia seguinte, sua chegada é comemorada por muitos que os aguardam. O chefe da União Social Cristã (CSU) – partido-irmão da União Democrata Cristã (CDU), de Merkel – alerta que o país pode ficar sobrecarregado.
23 de setembro de 2015
Os chefes de Estado e de governo da UE decidem distribuir 160 mil refugiados entre os países-membros do bloco.
15 de outubro de 2015
O Parlamento alemão aprova nova lei de asilo, facilitando a deportação para a Albânia, Kosovo e Montenegro.
17 de outubro de 2015
Em Colônia, no oeste da Alemanha, um radical de direita ataca a candidata à prefeitura Henriette Reker com uma faca, alegando ter a política de refugiados como motivo. A política sem partido sobrevive e é eleita poucos dias depois.
20 de novembro de 2015
Merkel rejeita veementemente o pedido da CSU por um limite para o número de refugiados que a Alemanha acolheria.
30 de novembro de 2015
O número de novos refugiados na Alemanha atinge o ponto alto, com uma média diária de 6.870 registros.
31 de dezembro de 2015
No total, mais de mil ataques contra abrigos de refugiados são executados em 2015, entre eles mais de 90 incêndios. O número de atos violentos é mais de seis vezes maior que o registrado no ano anterior.
1º de janeiro de 2016
Na noite de Ano Novo, são registradas centenas de ataques diante da estação central de Colônia, incluindo roubos e violência sexual. Muitos dos acusados são refugiados ou imigrantes ilegais. Os acontecimentos acendem o debate sobre como lidar com refugiados que cometam crimes.
22 de janeiro de 2015
"Precisamos reduzir o número de refugiados consideravelmente. Trabalhamos nisso sob pressão", afirma Merkel.
9 de março de 2016
Após a Eslovênia, Croácia e Sérvia, também a Macedônia fecha suas fronteiras para refugiados e outros migrantes. Com isso, a rota dos Bálcãs é praticamente fechada, pela qual mais de 1 milhão de pessoas chegara à Alemanha e à Áustria em 2015.
13 de março de 2016
O partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) triunfa em três eleições regionais. Na Saxônia-Anhalt, a legenda conquista 24,3% dos votos, graças ao debate em relação aos refugiados, tornando-se a segunda força política do estado. Também na Renânia-Palatinado e em Baden-Württemberg, o partido obtém resultados de dois dígitos.
18 de março de 2016
A União Europeia e Ancara concordam em enviar de volta à Turquia migrantes que cheguem à Grécia por meios ilegais. Em troca, para cada sírio que retornar à Turquia, outro sírio deve ser enviado à UE de maneira legal e direta.
4 de abril de 2016
Começa o reenvio de refugiados da Grécia para a Turquia, assim como de sírios da Turquia para a UE.
Julho de 2016
A Alemanha é alvo de uma série de atentados extremistas. Dois deles – o ataque a machadadas no trem em Würzburg e o suicida de Ansbach – são realizados por refugiados. Apoio a Merkel despenca no país.
28 de julho de 2016
Em coletiva de imprensa, Merkel condena os ataques extremistas de Würzburg e Ansbach, perpetrados por dois refugiados "que zombaram do país que os acolheu", dos trabalhadores e voluntários e também dos "refugiados que realmente buscam aqui ajuda devido à violência e à guerra". A chanceler federal repete sua famosa expressão sobre a crise dos refugiados: "Nós vamos conseguir".
LPF/dpa