Croácia alivia restrições na fronteira com a Sérvia

A Croácia suspendeu o bloqueio na principal travessia de suas fronteiras com a Sérvia, nesta sexta-feira (25/09), encerrando uma semana de guerra comercial que elevou as tensões entre os dois países historicamente rivais desde a dissolução sangrenta da Iugoslávia na década de 90.

Sob pressão da União Europeia (UE), Zagreb removeu restrições fronteiriças – que foram introduzidas devido à crise migratória – com a Sérvia, publicou o ministro do Interior croata, Ranko Ostojic, através da conta oficial do governo croata no Twitter.

"A fronteira foi liberada às 5h da tarde [horário local]. Todos os carros, independentemente de suas placas, podem agora entrar na Croácia", diz o texto.

O anúncio foi feito depois de a Comissão Europeia ter pedido "esclarecimentos urgentes" por parte da Croácia sobre os bloqueios, que levaram à pior desavença entre os dois países vizinhos dos Bálcãs desde o conflito sangrento da década de 90.

Aproximadamente 60 mil migrantes fugindo de guerra e pobreza no Oriente Médio e África entraram na Croácia nos últimos dias, vindos da Sérvia, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira. O crescente afluxo de refugiados em território croata começou depois de a Hungria ter selado sua fronteira com a Sérvia, concluindo uma cerca ao longo de 175 quilômetros, no início deste mês.

No entanto, a decisão da Croácia afeta somente dois dos oito pontos de travessia, o de Bajakovo-Batrovci e o perto de Tovarnik. Os outros seis postos de fronteira com a Sérvia, interditados há dez dias, permanecem fechados.

Mais cedo nesta sexta-feira, o primeiro-ministro da Croácia, Zoran Milanovic, confirmou o levantamento das restrições, mas advertiu que elas podem ser reimplementadas num futuro próximo.

Croácia e Sérvia estão envolvidas numa disputa comercial desde que Zagreb proibiu o tráfego de carga ao território sérvio, na segunda-feira, numa tentativa de forçar Belgrado a direcionar os migrantes para Hungria e Romênia, em vez de para a Croácia. Isso resultou em embargos e acusações políticas mútuas, além de filas quilométricas de caminhões parados ao longo da fronteira.

PV/rtr/ap/afp/dpa