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"Crise migratória é maior desafio da Europa"

Nina Werkhäuser (pv)1 de setembro de 2015

Em Berlim, premiê espanhol, Mariano Rajoy, defende ao lado de Angela Merkel uma política europeia comum de asilo. Chanceler federal alemã ressalta necessidade de distribuição justa dos refugiados pela União Europeia.

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Foto: Getty Images/AFP/T. Schwarz

A crise migratória foi o principal tema de uma coletiva de imprensa da qual participaram a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, nesta terça-feira (01/09), em Berlim.

"O que estamos testemunhando é o maior desafio da Europa nos próximos anos", disse Rajoy. Sem uma política conjunta de refugiados e asilo, o problema não será resolvido, disse Rajoy.

A onda de refugiados na Europa acaba de atingir uma nova dimensão: desde segunda-feira à noite, estima-se quemilhares de migrantes tenham chegado à Áustria e ao sul da Alemanha, em trens vindos da Hungria.

Segundo meios de comunicação, o chefe de governo austríaco, Werner Faymann, criticou o governo húngaro por permitir que refugiados sigam viagem sem registrá-los. Isso contradiz a chamada Convenção de Dublin, que determina que o primeiro Estado-membro da União Europeia (UE) adentrado pelo refugiado é responsável pelo processo de asilo.

Na coletiva de imprensa, um jornalista questionou se a Alemanha estaria fazendo o suficiente para garantir a aplicação desse regulamento da UE. Merkel respondeu que refugiados da guerra civil da Síria poderão, com alta probabilidade, permanecer na Alemanha. Na verdade, isso deveria acontecer em todos os países europeus, disse. "Através das experiências do dia a dia observamos que a lei claramente não é colocada em prática", salientou a chanceler federal.

No entanto, Merkel não criticou a Hungria. Segundo a chanceler federal, acusações mútuas não ajudam. Em vez disso, deve-se trabalhar numa política europeia comum de asilo. O objetivo é criar rapidamente centros de registro para requerentes de asilo na Grécia e na Itália e, em seguida, distribuí-los de forma justa pela União Europeia.

Além disso, deve-se definir quais países de origem são classificados como seguros e refugiados por motivos econômicos devem ser enviados de volta. Seguindo a linha de Merkel, o primeiro-ministro espanhol pleiteou um acordo de readmissão com os países de origem de migrantes que fugiram à UE por motivos econômicos.

Muitos países-membros da União Europeia não mostram solidariedade em relação à distribuição justa de refugiados. O que não é o caso da Espanha, destacou Rajoy, afirmando apoiar as propostas da Alemanha na UE. A Espanha estaria preparada para receber 2.739 refugiados, disse.

Para a distribuição dos migrantes, porém, deveriam ser levados em conta fatores como a taxa de desemprego, que é alta na Espanha, ou o investimento na proteção das fronteiras da UE, destacou o premiê.