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Crise argentina afeta pequenos investidores alemães

Paulo Chagas4 de janeiro de 2002

Títulos argentinos eram apreciados por oferecerem juros altos. O montante eleva-se a 20 bilhões de euros.

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A moratória decretada pelo gabinete de Eduardo Duhalde (esq.) também atinge investidores alemãesFoto: AP

Estima-se em 20 bilhões de euros o montante de papéis emitidos em marco alemão ou euro que serão afetados pelo defaut – o calote dos pagamentos.

Os bancos alemães já haviam diminuído drasticamente, desde há alguns meses, seus negócios com títulos argentinos, temendo o calote. A moratória da Argentina não significa, porém, que os investidores deverão jogar no lixo seus papéis, afirmam os analistas alemães. O mais provável é haver um acordo.

A Argentina atravessa atualmente a mais série crise econômica e financeira da sua história. O total da dívida pública do país eleva-se a US$ 141 bilhões. No final de dezembro o governo suspendera oficialmente o pagamento da dívida externa, o calote era apenas uma questão de tempo.

Reflexos do calote na Europa

Pequenos investidores de outros países europeus também sairão perdendo com a crise argentina. Além dos 20 bilhões de euros em capitalizações de marco alemão e euro, a Argentina emitiu títulos em lira italiana e peseta espanhola.

"E isto são apenas os Bonds argentinos, pois há também os títulos das províncias argentinas e outros emitidos por empresas estatais", afirmou um analista alemão. Só a cidade de Buenos Aires tem dívida de 2 milhões de euros em marco alemão e euro.

Bancos mantêm silêncio

Os bancos alemães têm evitado fornecer detalhes sobre a venda de títulos argentinos a pequenos investidores. Um funcionário do Deutsche Bank disse claramente." Decidimos não comentar este tema".

Até que ponto os pequenos investidores irão recuperar seu dinheiro, é difícil fazer qualquer previsão. "Não temos nenhuma experiência com uma moratória de tal dimensão – é a maior da história", disse Horst Schöneborn, analista do banco WestLB de Düsseldorf. Na melhor das hipóteses temos de abrir mão de parte dos juros, disse ele.

O mais provável, entretanto, é que os investidores recebam apenas uma parte do valor nominal dos seus papéis.