Corpo de Arafat é exumado
27 de novembro de 2012O corpo do ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina Yasser Arafat foi exumado nesta terça-feira (27/11), marcando o início das investigações em torno de sua morte, por suspeita de envenenamento, informou a rádio Voz da Palestina.
Em Ramallah, na Cisjordânia, especialistas franceses, suíços e russos colheram amostras para realizar os exames. O plástico azul que revestia o mausoléu de Arafat em Ramallah para evitar olhares curiosos foi retirado pouco depois, indicando que o trabalho havia sido encerrado.
Fontes extraoficiais disseram que o corpo de Arafat não foi retirado do túmulo, localizado quatro metros abaixo da superfície. Foram os especialistas que desceram até o caixão para coletar o material.
Uma nova cerimônia de sepultamento, como havia sido planejado inicialmente, não será realizada.
O resultado das análises deve ser divulgado até o fim do ano. Se os especialistas encontrarem provas de que Yasser Arafat foi envenenado, a liderança palestina apresentará uma petição no Tribunal Penal Internacional em Haia, segundo informou Tawfiq Tirawi, chefe da comissão palestina de investigação sobre a morte de Arafat.
Investigação
Arafat morreu aos 75 anos em um hospital na França, no dia 11 de novembro de 2004. Segundo registros médicos, a causa da morte foi uma hemorragia cerebral provocada por infecção intestinal. Na época não foi realizada uma autópsia a pedido da viúva de Arafat, Suha.
Os palestinos acusam Israel pela morte do dirigente, o que o Estado judeu sempre negou. Magistrados franceses abriram em agosto uma investigação de assassinato sobre a morte de Arafat em Paris, depois que um instituto suíço disse ter encontrado altos níveis de polônio (elemento químico radioativo) em suas roupas.
Darcy Christen, porta-voz do Instituto de Radiologia de Lausanne, na Suíça, afirmou que, segundo os registros, os sintomas de Arafat não correspondem a um envenenamento por polônio. Além disso, os resultados não eram suficientes para estabelecer a causa da morte.
O membro da Academia de Medicina Francesa, Roland Masse, frisou ao jornal Times of Israel que foram realizados testes com Arafat e que "uma dose letal de polônio não poderia passar despercebida".
FC/dpa/rtr
Revisão: Francis França