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ConflitosCoreia do Norte

Coreia do Norte pode estar elevando atividade nuclear

3 de abril de 2023

Imagens de satélite indicam que o país busca obtenção de mais material para expandir o desenvolvimento de armas atômicas.

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Uma imagem de satélite mostra o reator Yongbyon, na Coreia do Norte, que voltou a entrar em funcionamento em julho de 2021.
Imagem de satélite mostra o reator Yongbyon, na Coreia do Norte: local voltou a funcionar em julho de 2021Foto: Planet Labs Inc./AP/picture alliance

Imagens de satélite feitas entre 3 e 17 de março sugerem que Pyongyang está em busca de mais material para o desenvolvimento de bombas nucleares. A informação foi publicada neste sábado (01/04) pelo site 38 North projeto de monitoramento e análises sobre a Coreia do Norte do Centro Stimson nos EUA.

Enquanto o reator Yongbyon, de cinco megawatts, segue em operação, indícios mostram que os trabalhos de construção de um reator experimental de água leve estariam praticamente concluídos. Novas obras também teriam começado em uma usina de enriquecimento de urânio.

Segundo especialistas, as atividades em Yongbyon podem estar relacionadas à pretensão do líder norte-coreano, Kim Jong-un, de expandir a produção de material nuclear para armas.

Na terça-feira passada, a mídia estatal norte-coreana divulgou fotos que mostram Kim inspecionando novas ogivas nucleares. Ele teria exigido que a produção de "materiais nucleares para armas" fosse expandida, o que levaria ao aumento "exponencial" do arsenal nuclear do país.

O site 38 North também apontou que o reator mais antigo de Yongbyon está novamente em operação desde julho de 2021. Ainda que pequeno, ele tem potencial para fornecer plutônio para o desenvolvimento de bombas nucleares. Ao mesmo tempo, o relatório indica que foram observadas atividades de esvaziamento de água no reator de água leve no início de março, o que pode ter ligação com testes no sistema de resfriamento.

As observações, segundo os especialistas, podem apontar para uma proximidade ainda maior da conclusão do novo reator, que teria a finalidade de aumentar a capacidade de enriquecimento de urânio – altamente enriquecido, o urânio também pode ser usado para a construção de bombas nucleares.

Apesar das proibições da Organização das Nações Unidas (ONU), a Coreia do Norte tem mantido seus testes de mísseis de capacidade nuclear.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está cercado por autoridades e militares, que observam um míssil produzido pelo país.
Inspeção de armas feita por Kim Jong-un no fim de março teve imagens divulgadas pela agência estatal de notícias da Coreia do NorteFoto: kcna/picture alliance

Exercícios conjuntos na península

Após as informações divulgadas no sábado, as marinhas de Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos deram início nesta segunda-feira a uma série de dois dias de exercícios conjuntos, focados nas capacidades nucleares e de mísseis desses países, informou o Ministério da Defesa sul-coreano.

Os exercícios desta semana utilizarão armas móveis para o combate a submarinos inimigos, a fim de rechaçar as ameaças subaquáticas norte-coreanas.

O porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, disse a jornalistas que os treinamentos também são destinados para promover a cooperação trilateral, a fim de "lidar com preocupações de segurança regional, proteger a segurança e a prosperidade [que essas nações têm] em comum e mostrar o compromisso dos três países com o fortalecimento da ordem internacional baseada em regras".

Questionada sobre os exercícios, a porta-voz do Ministério do Exterior da China, Mao Ning, disse que "as simulações feitas por alguns países são a principal razão para as fortes tensões na península coreana. As partes relevantes devem criar condições favoráveis para a retomada do diálogo".

Em setembro, Coreia do Sul, Japão e EUA haviam realizado o mais recente treinamento antissubmarino – o primeiro em cinco anos –, em meio à tensão decorrente dos inúmeros testes feitos pela Coreia do Norte nos últimos meses.

gb/md (DPA, AFP, Reuters)