Comunidade internacional condena atentados em Mumbai
12 de julho de 2006Sete trens dos arredores de Mumbai, capital econômica da Índia, sofreram atentado, nesta terça-feira (11/07), deixando 180 mortos e mais de 600 feridos. Os ataques à rede ferroviária aconteceram no horário de maior movimento. Autoridades do país confirmaram se tratar de um atentado terrorista, porém nenhum grupo reivindicou a autoria. A lista de vítimas não inclui nenhum estrangeiro, afirmaram fontes diplomáticas nesta quarta-feira.
Mumbai tem cerca de 17 milhões de habitantes e seis milhões deles circulam em trens diariamente. Este foi o segundo atentado que a cidade sofreu. Em 1993, 250 pessoas morreram, no que as autoridades chamaram de "ataques de gangues criminosas".
De acordo com o jornal indiano Times of India, seis estações foram atacadas em seis minutos: Khar (às 18h24), Jogeshwari (às 18h25), Borivli (às 18h26), Mira Road (às 18h29), Matunga (às 18h30) e Mahim (às 18h35).
As explosões aconteceram horas depois de oito pessoas, entre elas sete turistas, terem morrido e 20 terem ficado feridas em três ataques de supostos rebeldes em Srinagar, principal cidade da Caxemira indiana.
Comunidade internacional condena os ataques
A autoria dos atentados ainda é desconhecida, mas extremistas muçulmanos da Caxemira, foco de conflitos entre a Índia e o Paquistão, estão sob suspeita. A província foi dividida entre os dois países, em 1947, quando se tornaram independentes do Reino Unido, mas os Estados ainda divergem sobre o controle da região.
A comunidade internacional condenou de forma unânime os acontecimentos desta terça-feira. Georg W. Bush, presidente dos Estados Unidos, afirmou que não há justificativa para o assassinato de inocentes e convocou a comunidade internacional a agir em conjunto com o país em sua luta contra o terror.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, pronunciou-se sobre os atentados em nome de seu governo. Em carta de condolência enviada nesta quarta-feira ao presidente da Índia, Merkel descreveu os acontecimentos como "aterradores" e anunciou o seu pesar ao chefe de Estado e aos cidadãos indianos. O mesmo fez o chefe de Estado francês, Jacques Chirac, em pronunciamento ao presidente Manmohan Singh, ao qual prestou solidariedade.
Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido, afirmou que os ataques foram "brutais e desonrosos" e que apóia a Índia, maior democracia do mundo, com a qual compartilha a determinação de lutar contra o terrorismo e todas as suas formas.
Histórico de conflitos
Segundo pronunciamento de um funcionário do Ministério indiano do Exterior, a série de ataques teve o objetivo de perturbar o processo de paz entre país e o Paquistão. A Índia, entretanto, manterá os esforços pelo fim do conflito, afirmou.
Manmohan Singh e o chefe de Estado paquistanês, Pervez Musharraf, condenaram os atentados, que aconteceram em um período de 11 minutos, na hora do rush.
O grupo separatista Lashkar-e-Taiba, que opera na região da fronteira entre o Paquistão e a Índia, descreveu os acontecimentos como "atos bárbaros e desumanos", em telefonema a um jornal da Caxemira. Outro grupo de rebeldes muçulmanos julgou os ataques "abomináveis" e explicou que não apóia investidas contra civis.
Na parte da Caxemira que pertence à Índia, já foram assassinadas dez mil pessoas desde a insurgência contra a dominação indiana, em 1989. A Índia acusa o vizinho muçulmano de apoio a grupos rebeldes.