1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Como aconteceu o ataque de Munique

23 de julho de 2016

Pânico, informações desencontradas, transporte bloqueado, 3 mil policiais nas ruas: noite de pesadelo na capital bávara começou por volta das 18h e só terminou oito horas depois, com a confirmação da morte do atirador.

https://p.dw.com/p/1JUmq
Policiais buscam atirador no topo do estacionamento onde ele foi filmado após ataque
Policiais buscam atirador no topo do estacionamento onde ele foi filmado após ataqueFoto: Reuters/dedinac/M. Müller

Veja imagens do ataque em Munique

Munique viveu uma noite de pesadelo nesta sexta-feira (22/07), quando um adolescente – mais tarde identificado como um alemão de origem iraniana de 18 anos – abriu fogo contra passantes, matando nove, ferindo outros 16 e paralisando por horas a terceira maior cidade da Alemanha.

Os detalhes que emergem neste sábado sugerem, segundo a polícia, um ataque mais próximo dos atentados da ilha norueguesa de Utoya – ocorridos exatos cinco anos antes – do que uma ação inspirada no extremismo islâmico. Não há qualquer indício de conexão entre o atirador de Munique e o "Estado Islâmico" (EI).

No quarto do atirador, que dava sinais de depressão, foi encontrado extenso material relacionado a atiradores solitários, ainda que nada que sugira se tratar de um radical de direita. E investigadores suspeitam que ele tenha usado a conta hackeada do Facebook de uma adolescente para convidar outros usuários ao local do ataque.

O ataque

O ataque começou por volta das 17h50 (12h50 em Brasília), quando o atirador começou a abrir fogo contra pedestres em frente a uma loja do McDonald's na rua Hanauer Strasse, a noroeste do centro da cidade.

A ação foi documentada em um vídeo filmado da calçada oposta, de onde se pode ver o adolescente, com relativa calma, atirando contra um grupo de jovens, que tentam fugir. A imagem termina sem que se saiba quantos foram alvejados.

Mais de 3 mil policiais nas ruas da capital bávara
Mais de 3 mil policiais nas ruas da capital bávaraFoto: picture-alliance/dpa/M. Balk

Em seguida, o atirador atravessou para o shopping-center Olympia, do outro lado da rua, e continuou disparando. Foi ali que fez a maioria de suas vítimas, quase todas de entre 14 e 21 anos. Entre os mortos, três são cidadãos turcos, e três, kosovares.

O que se seguiu ao ataque foram momentos de pânico e caos em Munique, que chegou a ter mais de 3 mil policiais nas ruas. As autoridades recomendaram que os cidadãos deixassem as ruas, enquanto a cidade estava sob bloqueio, com transporte parado e rodovias interditadas.

Com forças especiais pela cidade, alguns transeuntes permaneceram escondidas no shopping Olympia – que fica na mesma região onde, durante os Jogos Olímpicos de 1972, o grupo radical palestino Setembro Negro tomou como reféns 11 atletas israelenses, matando-os mais tarde.

A cidade foi colocada sob estado de alerta, enquanto a polícia procurava por outros possíveis envolvidos. Por volta da meia-noite, as autoridades ainda acreditavam que outros atiradores poderiam ter participado do ataque.

Buscas se estenderam até a noite: polícia acreditava haver mais de um atirador em ação
Buscas se estenderam até a noite: polícia acreditava haver mais de um atirador em açãoFoto: Reuters/C. Mang

Fuga e suicídio

Armado com uma pistola Glock 17 e uma mochila que mais tarde se descobriria conter mais de 300 balas, o atirador conseguiu fugir do shopping. Em algum momento, ele foi filmado vagando, ainda armado, na cobertura de um prédio de estacionamento.

Nas imagens, ele discute e troca ofensas com o autor do vídeo, um morador de Munique, afirmando ser alemão ("Eu nasci aqui!"), viver num bairro pobre e que não fizera nada. Em seguida são ouvidos tiros.

O atirador chegou a ser perseguido por um policial, que atirou contra ele, mas não acertou e acabou perdendo-o de vista. Por volta das 20h30, o adolescente foi encontrado morto, a cerca de um quilômetro do shopping, com um tiro na cabeça, disparado por ele mesmo. Somente às 2h da manhã a polícia pôde confirmar se tratar do único autor do massacre.

RPR/ots