Começa a era da TV móvel
9 de agosto de 2005
Três anos após os leilões bilionários das licenças de UMTS na Alemanha, pouco resta da euforia pela terceira geração de telefonia celular (3G). Depois de vários adiamentos, alguns fabricantes oferecem desde 2004 modelos de celulares que combinam o acesso à internet com videotelefonia e TV móvel.
A multinacional Vodafone, que arrematou uma licença de UMTS na Alemanha, garante de já conecta 14 países através de videotelefonia. Mas o interesse dos usuários ainda parece limitado: até agora, a empresa só conseguiu convencer 500 mil de seus 27 milhões de clientes a aderirem ao novo serviço.
Apesar disso, o analista de mercado Martin Guberleit, do grupo Gartner, está convencido de que o UMTS (Sistema Universal de Telecomunicações Móveis) ainda será um sucesso. "Os clientes só precisam ser convencidos das vantagens dessa tecnologia", acredita. Friedrich Joussen, futuro presidente da Vodafone alemã, lembra que a rede GSM enfrentou resistência semelhante.
Avanços
Há razões técnicas para um certo otimismo. A velocidade da conectividade móvel à internet melhorou do nível de modem para uma transferência de dados de 384 kbits/s (seis vezes a velocidade do ISDN), aproximando-se da performance do DSL.
Com isso, notícias televisivas, músicas e toques multimídia para celular podem ser baixados com maior rapidez. Para melhorar a visualização das imagens de TV na palma da mão, a Vodafone investe em displays maiores para os celulares.
Aposta em TV móvel
Os provedores esperam que a inclusão da TV aumente a aceitação dos pacotes de serviços móveis. Uma pesquisa de mercado realizada pela Informa Telecoms & Media, do Reino Unido, prevê que até 2010 a TV móvel pode conquistar 124,8 milhões de usuários em todo o mundo.
Até lá, porém, a tecnologia precisa se tornar bem mais efetiva. E isso envolve uma decisão fundamental das operadoras: será que elas vão apostar em longo prazo no padrão terrestre ou na variante UMTS dos serviços multimídia de conectividade móvel?
O tamanho limitado do display não é o maior obstáculo, diz Masai Suenaga, vice-presidente da japonesa Mobile Broadcasting. "A TV móvel não depende tanto da qualidade da imagem e, sim, de seu conteúdo para ser vista. Os usuários conhecem e entendem os limites desse tipo de serviço", argumenta.
O que oferece a TV móvel?
Toru Sano, da Nippon Television Network, vê a televisão móvel sobretudo como "portal para serviços móveis de internet. Um videoclipe de futebol, por exemplo, pode animar o espectador a clicar no link do jogo".
Na Alemanha, a Vodafone é a operadora que oferece o maior pacote de programas de TV para equipamentos móveis, incluindo canais de notícias (N24), música (MTV), futebol (Eurosport) e até telenovelas (Sat.1). Até o final do ano, o serviço ainda é gratuito para os usuários de UMTS que assinaram um pacote especial com preço fixo (flat rate). A partir de 2006, a taxa prevista é de três euros por hora, sendo que duas horas por mês continuam livres de custos.
DW no Celular
Desde o início deste ano, DW-WORLD.DE também disponibiliza conteúdos para equipamentos móveis (telefones celulares, PDAs, Pocket PCs etc). Viabilizado em cooperação com o provedor de software Avant Go, o DW no Celular também pode ser assinado.
Através de um processo de sincronização simples e rápido, é possível carregar o conteúdo do site no celular ou PDA para ler desconectado. O serviço é acessível em português para o Brasil, alemão, inglês, espanhol, chinês, russo e árabe (para mais informações, veja link abaixo).