Comando avançado vai para Afeganistão após réveillon
27 de dezembro de 2001Um comando avançado de 200 soldados alemães voará para o Afeganistão em 2 ou 3 de janeiro. Eles fazem parte do contingente de 1.200 militares que o Parlamento em Berlim aprovou no último sábado para integrar a tropa internacional da ONU que vai garantir a segurança em Cabul e arredores.
A estrutura de comando definitiva será aprovada pelos países participantes da tropa de até 5 mil soldados, numa conferência de dois dias, que começa em Londres nesta quinta-feira (27). No sábado, partirá da Inglaterra para Cabul uma equipe internacional de reconhecimento, da qual fazem parte 5 oficiais alemães.
Desconforto e risco
- A ação dos boinas azuis no Afeganistão será muito desconfortável e arriscada, segundo o presidente da Associação das Forças Armadas alemãs (Bundeswehr), Bernhard Gertz. As tarefas são comparáveis às executadas nos Bálcãs. Os soldados estrangeiros só podem usar armas para sua defesa própria e da população, conforme o mandato aprovado pelo Conselho de Segurança em Nova York. Os soldados alemães ainda têm de conhecer as condições especiais no Afeganistão, por isso ainda vai demorar de 3 a 6 meses para que eles possam iniciar suas atividades no país ainda sob bombardeios dos Estados Unidos.Com a participação da tropa multilateral de paz, a Bundeswehr está no limite de sua capacidade, segundo Gertz. Ele esclareceu que se o Ministério da Defesa exigir mais soldados para o Afeganistão nos próximos seis meses, terá de haver redução de tropa em outro país, provavelmente na Bósnia.
Comando
- A tropa de boinas azuis tem um mandato inicial de 6 meses e nos 3 primeiros o comando será da Grã-Bretanha. O comandante será o brigadeiro John McColl, de 49 anos, com larga experiência nas tropas de paz da ONU na Bósnia, Irlanda do Norte e Chipre. Ele já foi para Cabul em meados de dezembro como chefe de um comando avançado de 12 oficiais para fazer os preparativos necessários à missão de paz.Os britânicos vão precisar de sua capacidade de diálogo e muito sangue frio para a tarefa difícil de colocar sob uma só guarda as partes afegãs em conflito e a tropa de paz. A Grã-Bretanha foi o único país que participou diretamente dos bombardeios americanos no Afeganistão, em represália aos atentados de 11 de setembro.