Colônia e sua intensa vida noturna
5 de janeiro de 2013A cidade de Colônia é conhecida na região noroeste da Alemanha como "a metrópole da festa". Principalmente nos fins de semana, os jovens costumam encher seus bares e clubes noturnos. Embora muitos turistas permaneçam na Altstadt – o núcleo mais antigo da cidade, nas imediações da estação ferroviária central –, uma volta por outros bairros – os Veedel, no dialeto coloniano – pode ser bastante interessante.
Um dos centros de convergência da vida noturna da cidade são os anéis que circundam o centro, conhecidos como Kölner Ringe, sobretudo os dois quilômetros que separam a praça Barbarossaplatz da rua Christophstrasse. Neste trecho, há incontáveis bares, clubes e restaurantes.
A região frequentada pelos estudantes, chamada de "Kwartier Latäng", num trocadilho com o Quartier Latin de Paris, pode ser uma opção para uma primeira cerveja. Nessa área, há bares com ofertas de happy hour para quem não quer gastar muito. Entre a Zülpicher Strasse e a Rathenauplatz, uma opção mais sofisticada é o Rosebud, um bar onde se pode tomar coquetéis e passar um bom tempo – se a noite da cidade não tivesse tanto mais a oferecer.
Risadas na sala de estar
Frequentar um dos pequenos teatros da cidade é outra opção, onde é visível a predileção pelas chanchadas teatrais e a stand up comedy. Graças ao festival anual que acontece na cidade, Colônia passou a ser considerada a "capital alemã da comedy", provando que é possível manter o humor para além da época de Carnaval.
Para os amigos do riso, uma dica é o Erstes Kölner Wohnzimmertheater, o "Primeiro Teatro Coloniano de Sala de Estar". Há 18 anos, Georg Schnitzler transformou num pequeno teatro a sala de estar de sua casa da época. Desde a mudança para um espaço maior, mas ainda aconchegante, 70 poltronas e cadeiras estão à disposição dos espectadores das apresentações quase diárias. "Aqui alguns comediantes alemães conhecidos, como Johann König, Susanne Pätzold e Markus Maria Profitlich, tiveram suas primeiras experiências de palco", conta Schnitzler.
Dançar e beber
A cerveja típica de Colônia é a kölsch, tomada de preferência numa das tradicionais cervejarias da cidade. Os tipicamente mal humorados garçons – chamados köbes – trazem uma cerveja atrás da outra, até o cliente cobrir o copo, como sinal de que não quer mais. Entre as localizadas na Friesenstrasse, a Päffgen é a mais antiga cervejaria caseira de Colônia. Consta que é bem fácil entrar em contato com outros clientes, já que os colonianos são conhecidos por seu temperamento comunicativo.
Noite adentro, o visitante amante da dança vai logo identificar os diversos clubes noturnos de Colônia. A clientela por volta dos 20 anos de idade forma à sua frente longas filas, cuja extensão é um indício certo de qual clube está mais in, no momento.
Mas os moradores da cidade não costumam frequentar os clubes dos Ringe, os anéis que circundam o centro, pois estes atraem normalmente a juventude dos lugarejos vizinhos. Meike Nachtwey, com pouco mais de 40 anos, sugere, por exemplo, uma visita ao Subway, um clube noturno na Aachener Strasse, onde o público é tão eclético quanto a música.
Viver e deixar viver
Quem não quiser necessariamente dançar, pode optar pelo bairro conhecido como Belgisches Viertel, com seus diversos bares, entre eles o Hallmackenreuther, na praça Brüsseler Platz, frequentado por artistas e designers que vão até ali para ouvir o som dos vários DJs.
E caso a fome venha, o vendedor ambulante Norbert Lehr costuma aparecer como que por encanto: há 20 anos, ele circula pelo bairro com sua bicicleta e seu cesto de pães pretzel, palitinhos salgados e sanduíches. Ex-agricultor, ele se mudou para Colônia no passado por causa de uma namorada. "As pessoas ficam felizes quando ouvem o barulho da minha bicicleta", conta. E vai repondo repetidamente o conteúdo do cesto, até que o último faminto da noite esteja satisfeito.
Portanto, quer se trate de amantes do teatro, dançarinos ou devotos da cerveja, Colônia tem sempre algo a oferecer. Last but not least, gays e lésbicas são muito bem acolhidos nos diversos bares, clubes e restaurantes da cidade: a comunidade homossexual de Colônia é uma das maiores do país, e se concentra sobretudo nas imediações da Rudolfplatz. Homens ou mulheres de mãos dadas fazem parte da paisagem urbana, numa confirmação de um dos lemas da cidade: Levve und levve losse – viver e deixar viver, no dialeto local. Durante o dia e, mais do que nunca, à noite.
Autora: Sabine Olschner (sv)
Revisão: Augusto Valente