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Colômbia corre contra o tempo em busca de sobreviventes

2 de abril de 2017

Enchentes e deslizamento provocados por fortes chuvas devastam cidade de Mocoa, no sul do país, deixando mais de 200 mortos. Comunidade internacional manifesta solidariedade e oferece ajuda ao governo colombiano.

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Destruição após cheias na Colômbia
Segundo a Cruz Vermelha, 300 famílias foram afetadas e e 25 casas, destruídas Foto: Getty Images/AFP/L. Robayo

O número de mortos em consequência de fortes chuvas, cheias e deslizamento de terra na cidade colombiana de Mocoa, no sul do país, chegou a ao menos 210, segundo balanço divulgado neste domingo (02/04) pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos. Entre as vítimas há 43 menores de idade.

A Cruz Vermelha colombiana, no entanto, fala em 234 mortes, além de 202 feridos. A Reuters, por sua vez, informou que o número de vítimas chegou a 254, citando o Exército.

Neste domingo, as equipes de socorro faziam uma corrida contra o tempo para tentar encontrar sobreviventes entre a lama, as pedras e outros tipos de materiais que a avalanche dos rios deixou por 17 dos 40 bairros de Mocoa. Mais de 1.100 soldados e policiais foram convocados para ajudar nos trabalhos de resgate.

As fortes chuvas que atingiram a região ao longo da sexta-feira fizeram com que o rio Mocoa e seus afluentes Sangoyaco e Mulatos transbordassem, provocando uma avalanche de lama que surpreendeu os moradores de Mocoa na madrugada deste sábado, enquanto muitos dormiam.

O intenso fluxo de água devastou o que encontrou pelo caminho, arrastando árvores e veículos e destruindo construções. Foi declarado estado de calamidade em Mocoa. Segundo a Cruz Vermelha, mais de 100 pessoas seguem desaparecidas, 300 famílias foram afetadas, e 25 casas, destruídas.

Não se descarta que o número de vítimas aumente já que "há muita gente desaparecida", segundo disse Santos, que visitou a cidade durante o fim de semana.

"Toda a capacidade do Estado está voltada para apoiar o trabalho humanitário e de busca e resgate", escreveu o presidente em seu Twitter sobre a tragédia.

Reações internacionais

O presidente também agradeceu por meio da rede social a governos estrangeiros que enviaram mensagens ao país. Em nota, o Itamaraty manifestou "profundo pesar pelas perdas humanas e materiais provocadas pelas fortes chuvas que têm atingido a região sul da Colômbia". "O Brasil expressa solidariedade às famílias das vítimas, ao governo e ao povo colombiano", diz o texto.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, enviou neste domingo suas condolências a Santos. Ela manifestou comoção e esperança de que a situação se estabilize em breve e de que se possa recuperar os corpos das vítimas e dar refúgio aos sobreviventes.

O presidente francês, François Hollande, manifestou solidariedade diante da "tragédia terrível" e afirmou que a França está pronta para responder a todas as demandas de assistência.

Santos em Mocoa após enchentes
O presidente colombiano visitou a região atingida e prometeu ajudaFoto: picture-alliance/AA/Colombian Presidency Press Office

O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, expressou solidariedade "com o povo irmão colombiano nestes momentos de sofrimento", se colocando à disposição para ajudar. O líder lamentou a perda de vidas humanas e desejou "rápida recuperação aos afetados pela catástrofe".

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, e o comissário do bloco para Ajuda Humanitária e Gestão de Crise, Christos Stylianides, manifestaram por meio de comunicado suas condolências às famílias e amigos das vítimas.

"Nossos pensamentos estão com todos os afetados, os socorristas que trabalham em condições difíceis e as autoridades do país", diz o texto. A UE está disposta a fornecer "qualquer assistência necessária neste momento difícil".

O papa Francisco se disse "profundamente afetado pela tragédia que atingiu a Colômbia" e afirmou estar rezando por todas as vítimas. Ele agradeceu a todos os que estão trabalhando para prestar auxílio à população atingida.

A dimensão da catástrofe em Mocoa é agravada pelo isolamento da região na fronteira com o Equador, de difícil acesso, limitado a via aérea ou estradas precárias. São necessárias várias horas para chegar às cidades mais próximas, Neiva e Pasto.

O incidente supera o mais recente desastre natural da Colômbia, outro deslizamento que, em 18 de maio de 2015, destruiu a cidade de Salgar, no departamento de Antioquia, deixando mais de 100 mortos. O pior deslizamento de terra da história do país ocorreu em 1985, em Armero, deixando mais de 20 mil mortos.

LPF/efe/lusa/dpa/rtr/afp