Cidades e regiões que se consagraram como nomes de bebidas
Várias bebidas levam hoje o nome dos locais onde se originaram, como conhaque, champanhe e vinho do Porto. Confira a galeria para ter assunto na próxima ida ao bar. Saúde!
Cognac, na França
Conhaque é o destilado de uva da região em torno da cidade de Cognac, na França. Ali se faz vinho desde os tempos dos romanos. No século 16, viu-se que já após a segunda destilação o vinho fica claro e puro – nascia o conhaque. O nome tem denominação de origem protegida: o verdadeiro "cognac" só pode ser feito com uvas da região. Vinificação, destilação e envelhecimento têm de acontecer na área.
Tokaji, da Hungria e Eslováquia
Este legendário vinho doce húngaro é produzido na região de Tokaj-Hegyalja, na Hungria, e parte da Eslováquia. O característico aroma doce deste vinho branco especial se deve a um trabalhoso processo de produção: as uvas só são colhidas quando quase já viraram passas. Ao mesmo tempo, elas têm que ter sido atacadas por um tipo específico de fungo.
Xerez, de Xerez da Fronteira
O xerez (ou sherry, em inglês) é um vinho licoroso produzido nas regiões espanholas de Sevilha e Cádis. Este vinho branco passa por um processo de envelhecimento especial. O termo "sherry" vem do mouro "sherish", como era denominada a atual cidade de Xerez da Fronteira. O produto se tornou conhecido no mundo nos séculos 18 e 19, graças a comerciantes britânicos.
Madeira, da ilha portuguesa
A ilha da Madeira abastecia os navegadores com vinho, que, assim como o vinho do Porto, tinha o processo de fermentação interrompido por questões de conservação. Mas, devido ao longo tempo nos navios, o produto ganhava uma característica especial. Dizem os madeirenses que isso não se deve apenas ao processo de maturação, mas também às uvas e aos barris da madeira da ilha.
Curaçau, do Caribe
A casca da laranja-azeda é macerada e colocada em álcool. O licor, muito usado para colorir aperitivos, existe na forma transparente, mas também em vermelho, laranja, verde e azul. E uma curiosidade: o nome dado pelos navegadores teria sido "ilha da curação", por verificarem que ali marinheiros se curavam de escorbuto. Ao chegarem mais tarde, os holandeses, só conseguiam pronunciar "coraçao".
Angostura, hoje Ciudad Bolívar
Angostura foi desenvolvido pelo médico alemão Johann Siegert, que a pedido de Simon Bolívar no início do século 19 abriu um hospital de campanha em Angostura (hoje Ciudad Bolívar), na Venezuela. Para combater doenças tropicais, em 1824 ele desenvolveu um tônico alcoólico à base de raiz de genciana, laranja-azeda, cravo, cardamomo, canela e quinino. A bebida faz parte do coquetel Pisco Sour (foto).
Armanhaque, da França
Para fazer esta aguardente de vinho da região de Armagnac, as parreiras têm de ter pelos cinco anos. A destilação da bebida já foi citada em um documento de 1461. A mistura base é feita de forma tradicional, não podendo ser adicionados dióxido de enxofre nem açúcar. A bebida é destilada uma só vez e durante a fermentação é proibido mexer nela. Ela envelhece em barris de carvalho de três a 20 anos.
Pilsen, na República Tcheca
Desde sua origem, em 1842, a Plzeňský Prazdroj fabrica a mesma pilsener, sem mudar a receita. Sua característica é uma porcentagem maior de lúpulo, o que lhe dá um sabor mais amargo. Milhares de turistas visitam a cada ano a cervejaria em Pilsen, a quarta maior cidade do país.
Vinho do Porto, de Portugal
O Vinho do Porto é produzido exclusivamente com uvas tintas da região do rio Douro, no norte de Portugal. Para que o vinho se conservasse em longas viagens, a fermentação era interrompida através da adição de uma aguardente neutra. Nos navios, com o passar dos meses, adquiria características próprias. Ficou célebre a partir do século 17, quando começou a ser exportado a partir da cidade do Porto.
Bordeaux, na França
A região de Bordeaux, em volta da cidade de Bordeaux, cobre toda a área do departamento de Gironde, com uma área de vinhas ocupando mais de 120 mil hectares. Isso a torna a maior área de viticultura na França. Em cada safra são produzidas em média mais de 700 milhões de garrafas de vinho Bordeaux. Destas, 89% contêm vinho tinto.
Barolo, da Itália
Um dos mais renomados vinhos italianos é produzido na região de Piemonte, no norte do país, onde fica a comuna de Barolo. Trata-se de um dos vinhos mais caros e finos da Itália. Apenas uvas nebbiolo das colinas em volta de Barolo podem ser usadas na sua produção. O vinho tem de amadurecer por pelo menos três anos e seu preço pode chegar a 150 euros.
Budweis, na República Tcheca
Em tcheco, o nome da cidade é České Budějovice. Há anos, duas Budweiser – uma tcheca e uma americana – discutem sobre quem é a marca original. Fato é que a cidade de Budweis fica na República Tcheca e ali desde 1795 a Budweiser Bürgerbräu, já produzia cerveja. Em 1875, ela começou a ser exportada para a América.
Champanhe, na França
Este espumante produzido na região de Champagne, no nordeste da França, é sinônimo de celebração. As bolhas de dióxido de carbono se formam na segunda fermentação, dentro da garrafa. Só em 1670 foram criadas as bases para a champanhe que se conhece hoje. Foi quando se começou a engarrafar o vinho já na área de produção, para manter seu frescor, pois ele não resistia ao transporte em barris.
Châteauneuf-du-Pape, na França
E outra especialidade francesa. Este vinho é muitas vezes considerado o melhor do mundo. A julgar pelo preço, isso deve ser verdade. Não raramente este vinho fino produzido no local de mesmo nome no vale do rio Ródano (Rhône, em francês) chega a custar mais de 100 euros. Châteauneuf-du-Pape, aliás, foi o vinho favorito de Charles de Gaulle.