China quer aquecer economia e diminuir poluição
15 de março de 2015Falando no encerramento da sessão anual do Congresso Nacional do Povo, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, admitiu neste domingo (15/03) que "não será fácil" a China crescer este ano "por volta de 7%", mas salientou que o governo ainda dispõe de instrumentos para impulsionar o crescimento.
Trata-se da menor taxa dos últimos 25 anos. E apesar de esse crescimento ser menor que o do ano passado, que foi de 7,4%, o orçamento militar chinês foi elevado em mais de 10% pelo quinto ano consecutivo. Essa cifra não inclui os gastos com importação, pesquisa e desenvolvimento de armamentos de alta tecnologia. Pequim explica que o Exército de Libertação Popular precisa ser modernizado.
Os cerca de 3 mil delegados presentes ao Congresso Nacional do Povo votaram a favor do relatório sobre o estado econômico da nação e do orçamento anual chinês. O Congresso possui pouco ou quase nenhum poder legislativo, mas serve de plataforma para o Partido Comunista anunciar suas reformas e estratégias econômicas para o próximo ano.
Para estimular a economia, o governo quer abrir ainda mais a China em termos econômicos e político-financeiros. "Não podemos soltar o freio de mão e deixar o pé no pedal do freio", disse Li Keqiang, criticando a atual situação do país. O primeiro-ministro reconheceu que a China enfrenta "dificuldades" e "pressões de abrandamento", mas admitiu que o país "deve manter um forte crescimento e fazer, ao mesmo tempo, ajustes estruturais."
"Queremos melhorar a qualidade e o desempenho da nossa economia e manter um índice alto-médio de crescimento", afirmou o premiê chinês. "O desenvolvimento permanece a nossa prioridade." Em 2010, a China tornou-se a segunda maior economia do mundo, ultrapassando o Japão, mas, quanto ao valor do Produto Interno Bruto per capita, que Li Keqiang disse considerar um indicador "mais importante", o país tem 80 países à sua frente, salientou o primeiro-ministro.
Combate à poluição ambiental
Na coletiva de imprensa após a sessão anual do Congresso Nacional do Povo, Li Keqiang advertiu as empresas responsáveis pela elevada poluição no país de que pagarão um "preço insuportável" se não respeitarem as leis de proteção ambiental. "Temos que fazer com que o preço [pela poluição] seja insuportável. Ninguém deve usar o seu poder para interferir no cumprimento da lei", afirmou.
O primeiro-ministro chinês respondia a uma pergunta sobre a suposta resistência das duas maiores petrolíferas estatais do país (Sinopech e Petrochina) às novas leis sobre proteção ambiental. A poluição, que tinge frequentemente de cinza o céu de Pequim e de outras grandes cidades chinesas, é uma das maiores fontes de insatisfação popular na China, além da corrupção e da crescente desigualdade social.
O primeiro-ministro chinês salientou que, no relatório do governo apresentado ao Congresso Nacional do Povo, a redução de emissões figura entre as grandes metas da política econômica, além das taxas de crescimento, desemprego e inflação. O referido relatório, aprovado por 99% dos 3 mil delegados do Congresso, preconiza uma redução de 3,1% nas emissões de CO2 pelos chineses.
CA/dpa/ap/lusa