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China espera crescimento entre 6,5 e 7% do PIB em 2016

5 de março de 2016

Na abertura do Congresso Nacional do Povo, premiê chinês diz que Macau e Hong Kong terão um papel maior no desenvolvimento econômico, visa a criação de 10 milhões de empregos e promete seguir com o combate à corrupção.

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Foto: Reuters/D. Sagolj

A China, a segunda maior economia mundial, espera que o seu Produto Interno Bruto (PIB) cresça este ano entre 6,5 e 7%, segundo as linhas gerais do XIII Plano Quinquenal 2017-2020 apresentadas pelo primeiro ministro do país, Li Keqiang, na abertura da sessão anual do Congresso Nacional do Povo neste sábado (05/03), em Pequim.

Além disso, o premiê chinês prometeu prosseguir com o combate à corrupção, sinalizou com uma participação maior de Macau e Hong Kong no desenvolvimento econômico da China, advertiu separatistas de Taiwan e previu que o país terá um aumento de 45 milhões de habitantes nos próximos cinco anos.

O Congresso, que possui pouco ou quase nenhum poder legislativo, mas serve de plataforma para o Partido Comunista anunciar suas reformas e estratégias econômicas, encerra-se em 16 de março, quando o Plano Quinquenal será apresentado publicamente.

Em discurso perante o Congresso, Keqiang afirmou que o governo chinês espera que o PIB da China chegue aos 90 bilhões de yuans, cerca de 13,8 bilhões de dólares americanos, em 2020. Meta é inferior ao PIB atual dos Estados Unidos, que registrou mais de 17 bilhões de dólares em 2015.

No ano passado, a economia chinesa cresceu 6,9%, o ritmo mais baixo dos últimos 25 anos e aquém dos 7% previstos por Pequim. No mesmo período, o setor de serviços representou pela primeira vez mais da metade do PIB, à frente de indústria e agricultura.

As perspectivas para 2016 apresentadas por Keqiang indicam que a inflação deve se manter em torno dos 3% e visam a geração de aproximadamente 10 milhões de empregos – em 2015, a China gerou pouco mais de 13 milhões de vagas. Por outro lado, para dinamizar o crescimento econômico, Pequim aumentará o teto de seu déficit público para 3% do PIB.

O governo chinês planeja criar um fundo de 100 bilhões de yuans para subsídios e compensações para trabalhadores que possam perder seus empregos no âmbito do processo de reestruturação industrial.

Hong Kong e Macau nos planos econômicos

Keqiang disse também que Macau e Hong Kong terão um papel de maior destaque no desenvolvimento econômico da China e garantiu o respeito às leis básicas dos dois territórios, que têm administração especial.

"Vamos dar expressão às forças distintivas de Hong Kong e Macau, e elevar as suas posições e papéis no desenvolvimento e na abertura econômica da China", garantiu o premiê.

Em relação a Macau, segundo noticia o jornal South China Morning Post, Pequim assegura que continuará apoiando a estratégia local de transformar o território num "centro mundial de turismo e lazer". Sobre Hong Kong, Plano Quinquenal diz que será lançado "no momento apropriado" a já anunciada fusão das bolsas de Hong Kong e Shenzen e garante apoio à aposta local em novas tecnologias e inovação.

Keqiang anunciou também um aumento da despesa com a Defesa em 7,6% em 2016. Este é o menor crescimento do orçamento da Defesa dos últimos seis anos.

Combate "incessante" à corrupção

O premiê chinês garantiu ainda que Pequim irá prosseguir com o "incessante" combate à corrupção, que "todo o governo será submetido a auditorias", que serão adotadas "novas normas de supervisão" e que serão tomadas medidas contra "o hedonismo e a extravagância".

O governo chinês lançou uma campanha anticorrupção depois de o presidente Xi Jinping ter chegado ao poder, há três anos, que já atingiu milhares de pessoas, incluindo de altos cargos e chefias militares. Só no ano passado, mais de 300 mil pessoas foram penalizadas de alguma forma por práticas consideradas corruptas, segundo dados de Pequim.

Keqiang adverte separatistas de Taiwan

Por fim. Keqiang mandou um aviso a Taiwan, afirmando que Pequim continuará defendendo a "integridade territorial da China". "Continuamos comprometidos com as nossas principais políticas fundamentais sobre Taiwan", entre as quais está a "oposição às atividades separatistas em busca da independência de Taiwan", garantiu.

O governo de Pequim continuará apoiando o chamado "Consenso 1992", que reconhece uma única China, mas admite que este conceito tem diferentes interpretações para Pequim e Taipé.

Em 20 de maio, Taiwan terá, pela primeira vez em sua história, um presidente do partido independentista PDP, que contará com uma maioria absoluta no Parlamento. Pequim exigiu que a futura presidente, Tsai Ing-wen, mantenha a política do antecessor, Ma Ying-jeou.

A ilha declarou unilateralmente a independência em 1949, data em que os nacionalistas do Kuomintang (KMT) se refugiaram por lá depois de terem sido derrotados pelos comunistas, que fundaram, no continente, a República Popular da China. Pequim considera Taiwan parte da China que pode ser reunificada, se necessário, com uso da força.

PV/ap/lusa/afp/rtr/dpa