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China e Indonésia suspendem voos com Boeing 737 MAX 8

11 de março de 2019

Autoridades chinesas e indonésias ordenam que todas as companhias do país mantenham em solo aeronaves do mesmo modelo usado em voo que caiu na Etiópia, após segundo desastre em menos de seis meses com avião do tipo.

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Boeing 737 MAX no aeroporto de Zhoushan, na China
Boeing 737 MAX no aeroporto de Zhoushan, na ChinaFoto: Imago/Xinhua

As autoridades chinesas e indonésias ordenaram nesta segunda-feira (11/03) que todas as companhias do país suspendam voos com a aeronave 737 MAX 8, mesmo modelo envolvido em dois desastres aéreos recentes.

A queda do voo da Ethiopian Airlines, na manhã de domingo, matou todos os 157 ocupantes. O desastre aconteceu menos de seis meses depois da queda de um voo, com a mesma aeronave, da companhia indonésia Lion Air, que deixou 189 mortos.

Tanto o voo da Ethiopian, que havia decolado da capital da Etiópia, Addis Abeba, e o da Lion Air, que havia partido de Jacarta, caíram minutos após deixarem o aeroporto.

"Levando em consideração que os dois acidentes envolveram aviões Boeing 737 MAX 8 recém-entregues e ocorreram durante a fase de decolagem, presumimos que eles têm algum grau de similaridade", disse em comunicado a autoridade de aviação civil chinesa.

A entidade disse que entrará em contato com a Administração Federal de Aviação dos EUA e com a Boeing para notificar o "reatamento das operações comerciais com este aparelho depois que forem comprovadas as medidas pertinentes para garantir a segurança".

A Ethiopian Airlines também anunciou que não usará o Boeing 737 MAX 8 até que haja mais informações. Em comunicado, a companhia afirmou que, após o "trágico acidente", optou por "deixar em terra toda a frota" deste modelo.

"Embora não saibamos ainda a causa do acidente, tivemos que decidir deixar em terra esta frota em particular como medida de segurança extra", acrescentou a Ethiopian Airlines, a maior companhia aérea da África.

Já o Ministério do Transporte da Indonésia proibiu os voos de aviões Boeing 737 MAX 8 até que ocorram inspeções que garantam que eles estão em condições de voar.

As autoridades da Indonésia realizaram inspeções especiais em todos os 737 MAX 8 após o acidente ocorrido em outubro. A companhia aérea nacional Garuda Indonesia conta com um avião desse modelo em operação, enquanto a companhia de baixo custo Lion Air, que operava em outubro o avião que caiu perto de Jacarta, possui dez em sua frota.

O 737 é o avião de passageiros moderno mais vendido do mundo e é considerado um dos mais confiáveis da indústria.

As companhias aéreas chinesas têm 96 jatos 737 MAX 8 em serviço. Segundo o site de rastreamento de voos FlightRadar24, não havia aviões do modelo sobrevoando a China no início desta segunda-feira.

A nova aeronave da Ethiopian não tinha registro de problemas técnicos e, segundo a companhia, o piloto tinha um excelente registro de voo.

A estatal etíope é uma das maiores companhias aéreas do continente em tamanho de frota. O avião estava entre seis dos 30 Boeing 737 MAX 8 encomendados pela companhia, que está em rápida expansão.

A série MAX é a versão mais recente do bimotor de corredor único da Boeing. O modelo lançado em 2017 é mais eficiente em termos de combustível em comparação com seus antecessores e há quatro variantes: MAX 7, MAX 8, MAX 9 e MAX 10, que podem transportar entre 138 e 204 passageiros e foram projetadas para voos de curta e média distância.

As versões anteriores do Boeing 737 são consideradas uma das aeronaves comerciais mais confiáveis da história da aviação. 

A Boeing já finalizou a entrega de cerca de 350 unidades da série MAX – a primeira feita em maio de 2017 à Malindo Air, com sede na Malásia. Até o momento, mais de 60 companhias aéreas encomendaram cerca de cinco mil aeronaves da série MAX. Os principais clientes europeus incluem as companhias aéreas de baixo custo Ryanair e Norwegian.

RPR/rtr/ap

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