Chile suspende estado de emergência
27 de outubro de 2019O presidente do Chile, Sebastián Piñera, assinou este domingo (27/10) os decretos necessários para suspender o estado de emergência que estava em vigor em várias regiões de país, e com isso tirar os militares das ruas depois de eles ficarem mais de uma semana responsáveis pela ordem pública.
A medida entra em vigor à meia-noite de segunda-feira e visa "contribuir para que o Chile recupere a normalidade institucional", segundo um comunicado da Presidência.
Com a decisão, Piñera cumpriu a promessa feita no sábado de tirar os militares das funções de patrulhamento das ruas. O anúncio ocorreu no dia seguinte a uma manifestação que reuniu cerca de 1 milhão de pessoas nas ruas de Santiago, no maior protesto do Chile desde a redemocratização, em 1990.
O presidente chileno decretou estado de emergência no último dia 18, quando começou a atual onda de protestos no país, com diversas pautas sociais. Além de manifestações pacíficas, houve vários confrontos com a polícia, incêndios e saques, e ao menos 19 pessoas morreram, entre elas seis cidadãos estrangeiros.
Essa foi a primeira vez que militares patrulharam as ruas para garantir a ordem pública desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). No momento mais crítico da atuação militar, todas as regiões, com exceção de Aysen, no extremo sul, tinham no mínimo uma cidade ou província com destacamentos das Forças Armadas nas ruas.
A presença dos militares, que posteriormente foi acompanhada de toques de recolher – já suspensos –, foi fortemente rechaçada pela sociedade.
A onda de protestos sem precedentes começou há mais de uma semana do Chile e teve como estopim um aumento das tarifas do metrô de Santiago, já revogado por Piñera. A maioria dos protestos é pacífica, mas casos de incêndios criminosos, saques e a brutalidade da polícia chocaram muitos no país, que era conhecido por uma relativa estabilidade.
Os chilenos têm saído às ruas para exigir uma nação menos desigual. Para tentar conter os protestos, Piñera anunciou diversas reformas, no entanto, os manifestantes reclamavam da manutenção do estado de emergência.
CN/efe/lusa
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