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Chegou a hora de ajudar

(gh)21 de março de 2003

Entidades filantrópicas lançam campanha de doações para socorrer vítimas da guerra. UE libera auxílio de emergência de 21 milhões de euros. Alemanha planeja ajudar com 171 milhões de euros.

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Criança em campo de refugiados na JordâniaFoto: AP

Diante da iminente catástrofe humana no Iraque, as organizações internacionais de ajuda lançaram uma campanha de doações para a população civil do país. O Alto Comissário da ONU para Refugiados, Ruud Lubbers, pediu aos países vizinhos que abram suas fronteiras para os refugiados e permitam o acesso dos funcionários das entidades filantrópicas.

Calcula-se que cerca de 10 milhões de iraquianos precisarão de ajuda humanitária nos próximos meses. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados estima que pelo menos 600 mil iraquianos fugirão para os países vizinhos, como a Síria, Jordânia, o Kuwait e o Irã. A assistência a este contigente deve custar em torno de 60 milhões de euros por mês. Além disso, dois milhões de moradores das grandes cidades devem se refugiar nas montanhas do país.

Na Síria e na Jordânia, já começam a ser construídos os primeiros campos de refugiados. A seção alemã da organização World Vision enviou um avião carregado com cobertores, água e lonas de plástico no valor de 118 mil euros para a região. A Diakonie - entidade ligada à Igreja Luterana alemã - instalou 18 centros de atendimento com capacidade para abrigar 16 mil pessoas nas maiores cidades iraquianas. Sessenta enviados da associação CARE prestam ajuda em hospitais e centros de saúde do país.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mantém 160 funcionários iraquianos em Bagdá e também fez um apelo urgente para angariar doações. Segundo a seção alemã do Unicef, quase a metade dos 24 milhões de iraquianos são crianças e jovens. "Muitos deles vão morrer nessa guerra, isso é um fato. A questão é saber quantos nós poderemos proteger", disse a diretora da seção alemã do Unicef, Carol Bellamy. Devido aos 12 anos de embargo econômico, as condições de vida no Iraque já eram precárias antes da guerra.

Reservas de emergência - A União Européia liberou uma ajuda imediata de 21 milhões de euros para as vítimas e os refugiados do conflito no Golfo. O comissário de desenvolvimento e ajuda humantária, o dinamarquês Poul Nielson, disse que são necessários mais 100 milhões de euros.

O atual orçamento da comissão prevê uma ajuda de 15 milhões de euros ao Iraque. Outros seis milhões podem ser liberados rapidamente, disse Nielson. Com esses recursos, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, o Unicef, a Cruz Vermelha Internacional e organizações não-governamentais poderão iniciar a assistência a 500 mil pessoas. Só a Cruz Vermelha pede doações no valor de 73 milhões de euros para suas atividades no Iraque nos próximos três meses.

Nielson pediu aos países-membros da UE que liberem o quanto antes possível recursos de suas reservas emergenciais, para apoiar o trabalho in loco das organizações filantrópicas. Detalhes do programa de ajuda ainda estão sendo discutidos na reunião de cúpula dos chefes de estado e de governo da UE, em Bruxelas.

Repatriamento - A Alemanha planeja uma programa de ajuda humanitária ao Iraque no valor de 171 milhões de euros. "Estamos dispostos a ajudar os refugiados com alimentos, medicamentos e roupas e também a prestar assistência médica aos soldados feridos", disse o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder. "Por vários motivos humanitários", a encarregada do governo para os direitos humanos, Claudia Roth, também pede a suspensão da deportação de iraquianos refugiados na Alemanha.

Os Estados Unidos prometeram 600 mil toneladas como ajuda humanitária ao Iraque. Um terço da carga já foi liberada para o embarque; o restante será despachado assim que for necessário, informou o Ministério norte-americano da Agricultura. Uma doação de 100 mil toneladas de trigo da Austrália – aliada dos EUA - deve chegar ao Golfo Pérsico nos próximos dias.