Chefe da campanha de Trump renuncia
19 de agosto de 2016Mais uma reviravolta atinge a equipe de campanha do candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump. O presidente da campanha, Paul Manafort, renunciou ao cargo nesta sexta-feira (19/08).
O anúncio foi feito pelo magnata, que ressaltou as qualidades profissionais de Manafort. "Sou muito grato pelo seu grande trabalho, que nos ajudou a chegar aonde estamos e, particularmente, pelo seu trabalho, guiando-nos pelo processo de delegações e convenção. Paul é um verdadeiro profissional e lhe desejo muito sucesso", afirmou Trump.
A renúncia de Manafort ocorreu dias após ele ter sido acusado pelo jornal The New York Times de receber quase 13 milhões de dólares de um partido pró-Rússia na Ucrânia ao longo de seis anos. Ele também estaria envolvido numa transação ilícita para a venda de ativos de uma emissora de televisão a cabo a um consórcio formado por ele e pelo oligarca russo Oleg Deripaska, aliado do presidente Vladimir Putin.
Após as denúncias, Trump reformulou na quarta-feira sua equipe de campanha. O magnata nomeou Stephen Bannon, diretor do site de notícias conservador Breitbart News, presidente-executivo da campanha e promoveu a assessora e analista de pesquisas Kellyanne Conway a chefe da campanha e responsável pela gestão. Esta foi a segunda vez que ele mexeu no time nos últimos dois meses.
Manafort, que negava ter cometido atos ilícitos ou feito lobby para políticos ucranianos nos Estados Unidos, permaneceu no cargo, ao menos no papel. O escândalo continuou nesta quinta-feira com uma reportagem da agência de notícias AP que revelou que e-mails da empresa de Manafort contradizem sua versão.
Para complicá-lo ainda mais, nesta sexta-feira um parlamentar ucraniano deu mais detalhes sobre o que, segundo ele, são pagamentos feitos a Manafort pelo partido do ex-presidente Viktor Yanukovitch, pró-Rússia.
Manafort entrou para o time em junho, após a demissão de Corey Lewandowski, o ex-diretor da campanha de Trump. O novo presidente deveria dar um ar mais profissional ao candidato e aproximá-lo de líderes republicanos.
CN/rtr/dpa/ap