Charge em jornal dinamarquês irrita chineses
30 de janeiro de 2020Uma charge publicada nesta segunda-feira (27/01) pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten irritou o governo da China a tal ponto que este exigiu um pedido de desculpas do diário, o mesmo que em 2005 revoltou muçulmanos em todo o mundo com charges do profeta Maomé.
Em nota oficial, a embaixada da China em Copenhague expressou "profunda indignação" e declarou que a charge é um insulto à China. A representação acrescentou que a publicação "ultrapassou o limite inferior da sociedade civilizada e o limite ético da liberdade de opinião e ofendeu a consciência humana".
O editor-chefe do Jyllands-Posten, Jacob Nybroe, afirmou que a charge, que mostra a bandeira chinesa com vírus no lugar das cinco estrelas, não teve a intenção de humilhar ou ridicularizar a China, mas acrescentou que não vai pedir desculpas porque não considera que tenha feito algo de errado.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, defendeu o jornal e disse que há liberdade de opinião na Dinamarca. "Temos uma tradição muito forte não apenas de liberdade de opinião, mas também de desenhos satíricos, e vamos continuar a tê-la no futuro."
Em setembro de 2005, o mesmo jornal publicou 12 caricaturas do profeta Maomé, provocando reações violentas de muçulmanos. Quatro meses depois houve protestos contra a Dinamarca em países de maioria islâmica, incluindo ataques a embaixadas. As manifestações resultaram em mais de cem mortes. Também houve boicote a produtos dinamarqueses em países árabes.
A China é o sexto país que mais compra produtos da Dinamarca.
AS/ap/afp
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