Cerimônias na Alemanha e na Polônia lembram vítimas do Holocausto
27 de janeiro de 2014No dia dos 69 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz pelo Exército Vermelho, uma série de cerimônias marcou nesta segunda-feira (27/01), na Alemanha e em outros países, o Dia Internacional de Lembrança do Holocausto, em memória das vítimas do regime nazista.
Em cerimônia no Parlamento alemão, diante do presidente Joachim Gauck e da chanceler federal Angela Merkel, o escritor russo Daniil Granin fez o discurso principal. Hoje com 95 anos, ele é sobrevivente do cerco a Leningrado – que se encerrou há exatas sete décadas.
"A morte foi alguém que fez um trabalho silencioso nessa guerra", disse Granin, que falou durante 40 minutos na cerimônia parlamentar que durou uma hora no total.
No discurso de abertura, o presidente do Parlamento, Norbert Lammert, lembrou as milhões de vidas perdidas durante o regime nazista tanto no Holocausto quanto no bloqueio de Leningrado, que teria vitimado entre 800 mil e um milhão de pessoas. "Hoje, nós lembramos todos eles que tiveram seus direitos, propriedades e casas roubados", afirmou. "Nunca mais a humanidade pode permitir que pessoas se tornem bodes expiatórios de uma maioria silenciosa apenas por serem diferentes", disse. "Não se pode mais tolerar a intolerância na Alemanha."
Em artigo no jornal Berliner Morgenpost, o embaixador de Israel na Alemanha, Yakov Hadas-Handelsmann, fez um apelo para que não se esqueça a importância do dia. "O Holocausto é uma tragédia para todos os seres humanos. E este dia reforça nosso empenho para que isso nunca volte a acontecer de novo", escreveu.
Na Polônia, uma delegação de 61 membros do Parlamento israelense – mais de metade dos deputados – fez uma visita ao antigo campo de Auschwitz-Birkenau. Eles foram acompanhados por representantes da Alemanha e alguns sobreviventes do Holocausto.
À frente da delegação, o deputado Isaac Herzog disse que muitos viajam a Auschwitz todos os anos para "chorar e também para assegurar que tal horror nunca mais aconteça". "A população judia mundial precisa trabalhar para criar um mundo diferente, sem medo para os judeus", afirmou.
Na Itália, em cerimônia também para lembrar o dia, o presidente Giorgio Napolitano chamou as recentes ameaças contra a comunidade judaica de Roma de "uma provocação miserável". E o papa Francisco, em carta enviada a um rabino de Buenos Aires para ser lida num evento, disse que as pessoas devem trabalhar para evitar que o Holocausto, "uma vergonha para toda a Humanidade", não se repita.
O Dia Internacional de Lembrança do Holocausto foi estabelecido em novembro de 2005 pela Assembleia Geral da ONU. Antes já havia dias para lembrar a data, como o Dia em Memória das Vítimas do Nacional-Socialismo, criado em 1996 pelo então presidente alemão, Roman Herzog.
RPR/dpa/rtr