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Centros de recepção fora da UE enfrentam resistência

1 de julho de 2018

Na Alemanha, partido governista SPD rejeita ideia de "plataformas de desembarque" para migrantes na África e Oriente Médio. Egito é mais um dos países que se recusam a abrigar tais centros de recepção.

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Migrantes aguardam atendimento numa delegacia em Rosetta, Egito
Migrantes aguardam atendimento numa delegacia em Rosetta, EgitoFoto: picture-alliance/dpa/M. Elhorsy

O governo do Egito declarou neste domingo (1º/07) que não construirá campos para migrantes deportados pela União Europeia, caso solicitado. Antes, a Albânia, Marrocos, Tunísia e Argélia já haviam rejeitado essa ideia.

O anúncio do Cairo veio depois que detalhes do novo acordo sobre a migração para o bloco revelou que os líderes europeus procurarão criar centros para receber os requerentes de refúgio em "países parceiros" no Oriente Médio e na África.

"Unidades da UE para recepção de migrantes no Egito violariam as leis e a constituição de nosso país", afirmou o porta-voz da Casa dos Representantes no Cairo, Ali Abdel Aal, ao jornal alemão Welt am Sonntag.

Segundo Aal, um dos autores da Constituição egípcia de 2014, sua nação já esgotou suas capacidades ao abrigar "cerca de 10 milhões de refugiados da Síria, Iraque, Iêmen, Palestina, Sudão, Somália e outros países", todos eles com direito a saúde e educação gratuitas. A única exceção seria para migrantes que cheguem ao Egito por vias legais.

Social-democratas contra centros de recepção

Na Alemanha, o Partido Social-Democrata (SPD) divulgou na revista Der Spiegel seu próprio plano para enfrentar a crise migratória, rejeitando a proposta dos centros de recepção fora da UE. O SPD, de centro-esquerda, forma a coalizão governamental em Berlim, juntamente com a União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal alemã, Angela Merkel, e a União Social Cristã (CSU).

Os centros de recepção, ou "plataformas de desembarque", são parte do acordo entre os líderes europeus que Merkel descreveu numa carta a seus parceiros de coalizão no sábado. Ele também inclui o rápido retorno dos migrantes já registrados em outro país da UE, e o fortalecimento da agência de patrulhamento das fronteiras do bloco, a Frontex.

Atualmente a chefe de governo alemã enfrenta uma das mais sérias crises de seus 12 anos no cargo, iniciada com o afluxo de migrantes em 2015. O ministro do Interior, Horst Seehofer, da CSU, ameaça fechar as fronteiras à revelia de Merkel. Os dois políticos conservadores têm reunião marcada neste domingo para discutir o assunto.

AV/afp/rtr

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