Centro de Artes Perseguidas na Alemanha
Museu de Arte de Solingen, no oeste alemão, reúne trabalhos de artistas considerados "degenerados" pelos nazistas ou que faziam parte da lista negra do regime comunista.
Graça restaurada
Milly Steger, de Wuppertal, foi uma artista muito viajada que admirava os trabalhos de Auguste Rodin e Aristide Maillol. Os nazistas baniram suas esculturas como "degeneradas". Desde 2015, elas podem ser vistas no Zentrum für Verfolgte Künste (Centro de Artes Perseguidas), em Solingen, no oeste da Alemanha.
Imagens do horror
O caricaturista israelense Michel Kichka é filho de um sobrevivente do Holocausto. Ele tentou elaborar para si as experiências do pai num campo de concentração, produzindo a novela gráfica "Segunda Geração". O projeto original pode ser visto no Centro de Artes Perseguidas em Solingen.
Dias de mudança
Václav Havel foi um dos dissidentes da literatura tcheca e primeiro presidente de seu país após o fim da Guerra Fria. Um mural fotográfico conta uma história de transformação política. Assim como seus colegas da Alemanha Oriental, ele sofreu a pressão do regime soviético.
Autorretrato de um perseguido
"Selbst in der Spiegelscherbe" ("Eu mesmo no caco de espelho") é o título de um quadro a óleo pintado pelo artista alemão Carl Rabus em 1943. Seus trabalhos foram confiscados pelo regime de Hitler. De 1940 até o fim da Segunda Guerra, em 1945, Rabus passou a maior parte do tempo no cárcere ou no campo de concentração.
Tentando alcançar o Sol
"Ícaro" é o título desta pintura de Oscar Zügel, de 1935. Os nazistas reconheceram o que era: uma crítica ao regime. Exemplo de hubris, de acordo com a mitologia grega, o jovem Ícaro se entusiasmou excessivamente após ganhar um par de asas, voou perto demais do Sol, e a cera que colava as penas se derreteu. Sua queda mítica teria sido na região hoje conhecida como Mar Icário.
Obras literárias
O centro da cidade de Solingen também reúne trabalhos literários, como os da poeta de Wuppertal Else Lasker-Schüler. Judia, ela foi forçada a fugir da Alemanha durante o Holocausto, enquanto suas obras eram estigmatizadas como "degeneradas".
Pensamento profundo
Após 1945, influenciado por sua experiência na era nazista, Carl Rabus criou a xilogravura "A paixão", que mostra dois homens imersos em reflexivo desânimo. Os trabalhos do artista foram classificados como "degenerados" pelos nazistas.
Ascensão
Na foto vê-se um detalhe da obra de Hans Feibusch "A ascensão de Elias". O pintor baseado em Frankfurt, aluno de Karl Hofer, já havia fugido para o exílio britânico em 1933. Seus trabalhos também contavam como "degenerados" para os nazistas.
Controle estatal
Seguindo o comando do próprio Hitler, os nazistas confiscavam arbitrariamente quadros e outras obras de arte. A ordem de expropriação era colada na parte de trás da tela, como no caso deste trabalho de um pintor desconhecido.
Projeto de longa data
O Centro de Artes Perseguidas foi fundado pelo jornalista Hajo Jahn, de Wuppertal, que desenvolveu a ideia 25 anos atrás. Pinturas, fotos, livros e textos assinados por artistas e escritores perseguidos fazem parte do acervo reunido no edifício em estilo Art Nouveau do Museu de Arte de Solingen.