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História

Castelo de Hambach

13 de novembro de 2010

Vindos de todas as partes da Alemanha, e até do exterior, 30 mil agricultores, estudantes e juristas foram a um castelo do Palatinado, em 1832, para protestar por seus direitos. Hoje, o prédio abriga museu da democracia.

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Vista aérea do Castelo de HambachFoto: Stiftung Hambacher Schloss

Quem contempla a idílica paisagem de Hambach, com suas colinas cortadas por trilhas, verdes vinhedos e casinhas de telhados vermelhos, não consegue imaginar que uma revolução aconteceu aqui.

Hambacher Schloss
Os revolucionários Siebenpfeiffer e Regina WirthFoto: Jürgen Hube

Mas a história confirma: em 1832, 30 mil revoltosos subiram, a pé, a cavalo, até o Castelo de Hambach, que as guerras do século 17 haviam deixado em ruínas. Eles protestavam contra a censura de imprensa, a repressão política e a negação dos direitos civis na região do Palatinado, no sudoeste alemão. E o fizeram em forma de festa.

As autoridades tentaram, em vão, impedir a reunião: havia vinicultores, lavradores, cidadãos, estudantes, jornalistas e juristas.

Muitos eram das cercanias, outros haviam viajado de Stralsund, no norte do país, de Munique ou Frankfurt, pelo caminho árduo, muitas vezes através de desvios ou veredas secretas. Até mesmo franceses e poloneses vieram apoiar os revolucionários de Hambach.

Relíquias da democracia

Hoje o castelo é, para os alemães, o próprio símbolo da democracia erigido em pedra. Chega-se até ele comodamente, ou de carro ou passeando pela confortável trilha. E todos são, naturalmente, muito bem-vindos: afinal de contas, ninguém mais é revolucionário.

"Vamos dar uma olhada na democracia", anuncia, enérgico, um senhor de idade, ao subir a trilha. Outros passantes só se lembram, vagamente, de alusões ao local numa distante aula de história.

Portanto, a fim de reavivar a memória, é propícia uma visita ao museu do castelo, cuja exposição recém-reformulada recebeu 86 mil visitantes em 2009. A gerente do museu, Ulrike Dittrich, acompanha os interessados. Após atravessar salões imponentes, ela aponta para uma bandeira desbotada, atrás de uma vitrine.

"É a nossa bandeira, que foi hasteada na torre durante a festa da democracia. Trata-se de um símbolo bem forte. Reivindicava-se na época a unidade do Estado, o renascimento da Alemanha. Isso está expresso aqui, e ainda dá para reconhecer as cores preto, vermelho e amarelo."

Flash-Galerie Trau Dich! Heiraten auf dem Hambacher Schloss
Vista do casteloFoto: picture-alliance/ dpa/dpaweb

Política e festa

Onde hoje se encontram um bistrô chique e um suntuoso salão de festas onde ocorrem numerosos eventos públicos, havia um clima mais rústico em 1832. Tratava-se de uma revolução com caráter de festa popular: quem fazia política e debatia também queria comer e beber.

Nas barracas havia vinho do Palatinado servido em copo de meio litro, carrosséis giravam, fazia-se música. A Galopada de Hambach para piano era o hit do momento. Fato raro na época: as mulheres eram expressamente convidadas a participar – também na política.

Quando seus maridos eram condenados ao cárcere ou a multas pesadas, elas tinham que ganhar a vida e, de alguma forma, ajudar os homens nos presídios, tanto com gêneros alimentícios quanto com cartas cheias de palavras de consolo.

Lições democráticas precoces

A exposição conta sobre tudo isso, com muitos elementos interativos divertidos, visando atrair os jovens visitantes.

Hambacher Schloss
Consoles de áudio originais no museu de HambachFoto: Jürgen Hube

"Queremos ensinar bem cedo, e justamente para os jovens, é claro, que a democracia não uma coisa óbvia. Combateu-se por ela e a cada dia ela precisa continuar a ser conquistada e vivida", defende Dittrich.

O assunto que soa um pouco acadêmico recebem uma forma acessível e concreta no museu. Podem-se acompanhar cinco biografias exemplares – como a da filha de vinicultor Anna – através de diversas estações. Consoles de áudio originais comunicam informações adicionais através de músicas e narrativas.

Há visitas guiadas para crianças, workshops e muito dinheiro para apoiar essas atividades. "A Fundação Cultural Renânia-Palatinado disponibilizou uma boa verba a fim de financiar as visitas de alunos do estado. Quer dizer, a visita guiada mais o catálogo são grátis para as classes, e elas recebem uma ajuda de custo para a viagem", enumera a gerente do Castelo Hambach.

Autor: Cornelia Rabitz (av)