Casa Branca restringe credenciais de genro de Trump
28 de fevereiro de 2018A Casa Branca decidiu restringir as credenciais de segurança de Jared Kushner, assessor e genro do presidente Donald Trump, informou nesta terça-feira (27/02) a imprensa dos Estados Unidos.
Segundo o site Politico, que citou fontes próximas ao caso, Kushner recebeu um comunicado do governo na sexta-feira passada afirmando que seu nível de acesso foi rebaixado de "top secret" para "secret". Dessa forma, ele deixa de ter acesso a informações altamente confidenciais.
O genro de Trump tinha acesso irrestrito aos dados desde a posse do republicano, há mais de um ano, mesmo possuindo apenas uma credencial provisória para o nível "top secret" – que é concedida a um funcionário enquanto o Departamento de Justiça faz a checagem de seus antecedentes.
Segundo a imprensa americana, além de Kushner, todos os outros assessores da Casa Branca que ainda não haviam recebido uma autorização permanente tiveram suas credenciais rebaixadas.
O advogado de Kushner, Abbe Lowell, declarou que qualquer alteração em sua credencial "não afetará a habilidade do senhor Kushner de continuar fazendo o importante trabalho que foi a ele designado pelo presidente".
"Os envolvidos no caso confirmaram novamente que há dezenas de pessoas no mesmo nível do senhor Kushner cujos processos estão atrasados, e que é comum que essas análises durem tanto tempo quando se trata de uma nova gestão", disse, por sua vez, um porta-voz do assessor.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou a jornalistas nesta terça-feira que não comentaria sobre status individuais de segurança, mas descreveu Kushner como "um valioso membro da equipe", que continuará realizando "o importante trabalho que tem feito desde que entrou no governo".
A decisão ocorre após John Kelly, chefe de gabinete da Casa Branca, ter decidido rever as concessões de autorização de segurança dentro do governo americano depois da demissão de Rob Porter, um assessor de Trump envolvido em acusações de violência doméstica.
Mais cedo neste mês, Kelly afirmou que revogaria as credenciais "top secret" de todos os funcionários da Casa Branca que receberam autorizações provisórias antes do dia 1º de junho de 2017 e que ainda não haviam obtido a permanente, como é o caso de Kushner. Antes de se afastar, Porter também estava entre as dezenas de assessores que mantinham um status temporário.
Mais tarde, Trump disse que não tomaria nenhuma atitude diante do caso e que a revogação estava nas mãos de Kelly. "Vou deixar o general Kelly tomar esta decisão, e ele vai fazer o que é certo para o país. Não tenho dúvidas de que ele tomará a decisão correta", declarou o presidente.
Autoridades americanas não especificaram por que a checagem de antecedentes de Kushner ainda não foi concluída. O genro de Trump, no entanto, se envolveu em polêmicas no ano passado ao admitir que se reuniu com autoridades russas durante a campanha eleitoral de seu sogro.
Para esclarecer o assunto, Kushner chegou a prestar depoimento perante os comitês de inteligência do Congresso americano, que investigam a suposta interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, bem como possíveis vínculos entre a campanha de Trump e Moscou. Na ocasião, ele negou ter feito "conluio" ou mantido "contatos inadequados" com autoridades russas durante o pleito.
EK/afp/ap/dpa/ots
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