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Campanha tenta evitar execução de brasileiro na Indonésia

Karina Gomes / Marina Estarque, de São Paulo21 de janeiro de 2015

Com último pedido de clemência negado, Rodrigo Gularte pode ser executado em fevereiro. Anistia Internacional e familiares preparam campanha em defesa do paranaense condenado por tráfico de drogas no país asiático.

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Foto: STR/AFP/Getty Images

Com a iminência da execução do segundo brasileiro condenado por tráfico de drogas na Indonésia, familiares e a Anistia Internacional se mobilizam para evitar o fuzilamento do paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, que teve o último pedido de clemência negado na última terça-feira (20/01).

A Anistia dará início a uma campanha em defesa de Rodrigo e de outros presos que estão no corredor da morte no país asiático.

"No caso do Marco Archer [brasileiro executado no último sábado por tráfico de cocaína] nós tivemos muito pouco tempo, agora com o Rodrigo nós temos pelo menos algumas semanas de mobilização", explica Mauricio Santoro, assessor de direitos humanos da Anistia Internacional no Brasil.

Uma prima de Rodrigo Gularte viajou para a Indonésia para dar ênfase aos problemas psiquiátricos que ele desenvolveu desde a condenação. A família possui um laudo médico que aponta um quadro de esquizofrenia. Caso o documento seja aceito, ele poderia ser transferido para um hospital psiquiátrico.

Rodrigo foi preso em 2004 no aeroporto de Jacarta com seis quilos de cocaína, escondidos em pranchas de surfe. "Desde as prisões, o governo brasileiro tem sido bastante correto, e realmente fez tudo que estava ao seu alcance, mas infelizmente não foi possível deter as execuções", avalia Santoro.

Penas rigorosas

Segundo o analista, prevaleceram "as razões de política doméstica da Indonésia". O novo presidente Joko Widodo, eleito em julho do ano passado, usou a pena de morte para traficantes como estratégia central da campanha.

"No fim de semana, essas seis execuções foram mais do que a soma de todas as pessoas executadas na Indonésia desde 2008. É um número impressionante", afirma Santoro.

Na tarde do último sábado, o brasileiro Marco Archer, também condenado a pena capital por tráfico de drogas, foi morto com um tiro de fuzil na ilha de Nusakambangan, na Indonésia, junto com outros cinco detentos, apesar da mobilização da comunidade internacional e do pedido de clemência feito pela presidente Dilma Rousseff.

Nesta quarta-feira, o secretário-geral das Relações Exteriores, Sérgio Danese, se reúne com o embaixador brasileiro em Jacarta, Paulo Alberto da Silveira Soares. O diplomata foi convocado pelo Itamaraty, em um sinal de tensão diplomática entre os dois países.