Calçadistas brasileiros em busca de novos negócios
17 de setembro de 2003Cerca de 30 empresas apresentarão diversas linhas de produtos brasileiros na feira. Os modelos vão desde os tradicionais calçados masculinos e femininos para adultos em geral até uma grande variedade de sapatos infantis, que constituem uma das grandes atrações da participação brasileira na GDS este ano. O objetivo é conquistar novos clientes e apresentar modelos com design moderno, fabricados com matérias-primas diferenciadas e acabamento de qualidade.
Promoção & potencial
As expectativas em relação à feira alemã são grandes, segundo Iramaya Kotschedoff, da Iramaya Messe, empresa que assessora a Abicalçados e a Agencia de Exportações do Brasil (Apex), na divulgação das empresas brasileiras na GDS. Como parte da estratégia de divulgação dos produtos, ela está enviando convites e folhetos promocionais para um mailing de mais de 11 mil comerciantes internacionais presentes em Düsseldorf.
O Brasil é o terceiro fabricante e o sexto maior exportador de calçados no mundo. Mesmo assim, a sua indústria ainda é muito pouco conhecida mundialmente, esclareceu Heitor Klein, diretor-executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Industrias de Calçados) e representante oficial das industrias de calçados no Brasil e no Exterior.
Ele atribuiu esta situação ao que chamou de um comportamento brasileiro passivo, "já que é grande o número de importadores estrangeiros que vão ao Brasil, mas nós ainda não tivemos o arrojo de aceitar o desafio e sair a campo e mostrar a nossa produção. Tais comportamento e direção deverão mudar agora com o nosso projeto pioneiro Brazilian Footwear, que trata especialmente de promover o produto brasileiro", disse a DW-WORLD.
Pequena exportação para a Europa
Klein apresentou também alguns números que justificam a iniciativa em busca de novos mercados. "A produção brasileira de sapatos está por volta dos 650 milhões de pares por ano. Deste total de 150 a 160 milhões são exportados para mais de 100 países. Entretanto há uma concentração da exportação desigual para países como os Estados Unidos, (70%), Reino Unido (de 9% a 10%) e México (4% a 5%)". As importações da Alemanha somaram apenas 12 milhões de dólares no ano passado, pelo que o país situa-se em 13º lugar na lista de importadores de calçados made in Brazil.
Mas o diretor executivo da Abicalçados não se satisfaz com estes números, apesar de os considerar altos e sintomáticos. "Isto porque verificamos que na Europa onde os números estão na casa do 1% para menos, já há uns 5 países que representam um bom potencial como canal de comercialização e que pretendemos reforçar a partir desta feira internacional em Düsseldorf".
Apostando no calçado infantil
Klein avalia que os calçados infantis constituem hoje "um verdadeiro carro-chefe" do setor de produção e exportação brasileiros devido ao seu design, cores alegres e anatomia. Ele não tem dúvida de que os caçados infantis serão uma das grandes atrações do estande do Brasil na maior feira mundial do gênero.
Uma das firmas presentes na GDS é a KIN, produtos infantis, sediada em São Paulo. O seu gerente de exportação, Marcos Vinicius Rosabon, aposta no crescimento das vendas para a Alemanha. A KIN participa na feira pela sexta vez e tem uma perspectiva de expansão de 10% nas vendas este ano em relação a 2002. A DW-WORLD, Rosabon salientou ainda que "com este acréscimo, as exportações totais da KIN para a Europa ocidental chegarão a 25% do nosso volume total de vendas externas".Atualmente a KIN vende para o exterior cerca de 30% de sua produção total de 45 mil pares de calçados por dia. O alvo da empresa é sobretudo o público infantil de zero a dez anos. Ela trouxe à GDS modelos de 30 linhas, principalmente a coleção primavera-verão.
Boas perspectivas
O diretor-executivo da Abicalçados, Klein, também acredita no sucesso de outras empresas como a Calçados Itapuã, do Espírito Santo, a San Marino, especializada em sapatos para terceira idade, a Dupichiaré, que produz calçados de couro de avestruz, e ainda fabricantes como a Valéria, a Dumont, a Sandra, as Pé-com-pé e a Tip-toy. Segundo ele, todas estas e outras participantes brasileiras têm calçados de alta qualidade.
A diretoria da Abicalçados justifica o otimismo que precedeu a abertura da feira que vai até o dia 21, "porque nós não participamos da GDS com uma atitude passiva de expor o produto e esperar o visitante e o comprador. Bem ao contrário: nós viemos a Düsseldorf com toda uma forte infra-estrutura e ação de marketing bem planejadas, muito bem direcionadas".