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Cada pessoa sente frio de um jeito diferente

31 de janeiro de 2013

Todos nós somos sensíveis às baixas temperaturas. A pele fica arrepiada, o corpo treme, os dentes batem. Especialista explica por que temos essas reações e por que elas variam de pessoa para pessoa.

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Foto: Valery Titievsky/AFP/Getty Images

Alguns sentem primeiro as orelhas geladas, outros, as mãos. Cada um sente frio de um jeito diferente, confirma Joachim Latsch, especialista em medicina esportiva da Faculdade de Esportes de Colônia, na Alemanha. Sensores na pele são responsáveis por registrar a temperatura e determinar nossa sensação de frio ou calor.

Algumas pessoas têm mais sensores nas orelhas, enquanto em outras, eles se concentram em lugares diferentes do corpo. A quantidade de sensores também é variável, fazendo com que cada um perceba as baixas temperaturas de maneira diferente.

Latsch descreve o fenômeno como uma vontade da natureza. “Assim como cada pessoa tem o pé de um tamanho, alguns de nós têm mais desses sensores, outros, menos", explica. Aliás, um sensor que identifica o frio só é capaz de detectar temperaturas baixas. Ele não dá o alerta de calor.

Temperatura corpórea constante

Não importa onde a pessoa mora, seja no sul ou no norte, no Saara ou na Groelândia, a temperatura corpórea média é quase igual para todo mundo. "Todos nós temos uma temperatura média de 36,5°C, que pode variar um pouco dependendo da pessoa", afirma Latsch.

"Se essa temperatura ultrapassa os 42°C, a pessoa passa a correr risco de vida. Também pode ser fatal se for menor do que 30°C", afirma o especialista. Caso isso aconteça, nossos órgãos vitais, como o coração e o cérebro, passam a funcionar com dificuldade, levando a desmaios e até à morte por hipotermia. O corpo emite, portanto, sinal de alerta quando a temperatura diminui, fazendo com que sintamos frio.

Pelos para aquecer

Uma leve brisa já é capaz de causar frio, deixando a pele arrepiada. Trata-se de uma herança dos tempos em que o homem tinha bastante pelo. "Todos os nossos pelos têm um pequeno músculo no ponto em que saem da pele. No frio, esse músculo se contrai e faz com que o pelo se arrepie", explica Latsch. O organismo faz isso para criar uma camada de ar entre os pelos, que não deixa o calor escapar. E onde não há pelos, a pele fica arrepiada.

Mais um mecanismo de defesa é ativado no frio: os músculos tremem e os dentes batem. “O corpo percebe: ‘ah, aqui falta calor, eu preciso fazer algo'. E, então, começa a tremer”, diz Latsch. A mandíbula é fixada de maneira relativamente solta a dois eixos e dispõe de uma musculatura muito forte para a mastigação. No frio, esses músculos começam a tremer e, como a mandíbula é bastante móvel, ela bate rapidamente.

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Movimentar-se é a melhor opção para afastar o frioFoto: micromonkey/Fotolia

Mulheres sentem mais frio

Quando a gente treme, os músculos se movimentam. Isso faz com que o sangue circule com maior velocidade e nos aqueça. Para as mulheres, a temperatura corpórea é particularmente importante. No frio, o corpo ferminino precisa manter os órgãos internos aquecidos para ser capaz de proteger um feto das baixas temperaturas. A massa muscular também é determinante. Nas mulheres, ela compõe 25% do corpo e, nos homens, 45%. E quanto mais músculos, menos frio se sente.

Muita gente acha que a gordura pode ajudar, mas não é verdade. Alguém mais gordinho só pode aguentar um ou dois graus a mais do que um indivíduo magro, segundo Latsch. Para quem sente frio com muita facilidade, o especialista em medicina esportiva tem uma dica: “Comer para engordar não é a solução, mas sim movimentar-se”.

Autor: Babette Braun (msg)
Revisão: Luisa Frey