Bundestag aprova segundo pacote de ajuda à Grécia
27 de fevereiro de 2012O segundo pacote de ajuda à Grécia, no valor de 130 bilhões de euros, foi aprovado nesta segunda-feira (27/02) em Berlim, tanto pelos deputados da coalizão conservadora-liberal dirigida pela chanceler federal alemã, Angela Merkel, quanto pelos social-democratas e verdes. No total, 496 deputados votaram a favor, 90 votaram contra e houve cinco abstenções.
Apesar de o pacote ter sido aprovado, nem todos os deputados dos partidos no governo votaram a favor, o que é visto como uma derrota simbólica de Merkel. Somente 304 dos 311 deputados dos partidos da coalizão de governo votaram a favor do pacote.
Possibilidades e riscos
Antes da votação, Merkel defendera como necessário o segundo pacote de ajuda à Grécia. Em seu pronunciamento, ela apontara para o fato de que "as oportunidades abertas pelo novo programa superam seus riscos". Ao mesmo tempo, Merkel alertou para o fato de que ninguém poderia dar uma garantia de sucesso de 100% ao novo pacote.
Pelo lado dos social-democratas, o ex-ministro alemão das Finanças, Peer Steinbrück, disse que, até agora, a ajuda ao país debilitado financeiramente continuou ineficaz. Quase dois anos após a aprovação do primeiro pacote de ajuda, em maio de 2010, a situação continua a mesma, apontou Steinbrück.
Antes da votação, os deputados verdes sublinharam sua preocupação com a estabilidade social da Grécia. Muitos criticaram a imposição de medidas de austeridade econômica sufocantes ao país. A líder da bancada parlamentar verde, Renate Künast, disse em Berlim que o pacote de ajuda seria "necessário e sensato", mas que estaria vindo "muito, muito tarde".
Para bancos e credores?
Somente os deputados do partido A Esquerda rejeitaram o segundo pacote de ajuda no Bundestag. Gregor Gysi, líder da bancada parlamentar do partido, afirmou que os novos empréstimos não beneficiariam o povo grego, mas somente os bancos e os credores.
Trata-se do segundo programa de ajuda financeira ao país debilitado da zona do euro, desde maio de 2010. Para receber o segundo pacote bilionário de resgate, até fins de 2014, o governo em Atenas se comprometeu a implementar um duro programa de reformas e medidas de austeridade econômica.
CA/rtr/afp/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer