Brasileiros entre os cem artistas mais influentes de 2015
22 de outubro de 2015O Brasil está representado no ranking Power 100 deste ano da revista de arte britânica ArtReview, divulgado nesta quinta-feira (22/10) e que lista as cem pessoas mais influentes da cena artística contemporânea internacional.
A galerista Luisa Strina aparece na 55ª posição, considerada pela revista "uma das maiores e mais importantes incentivadoras da arte no Brasil". O trio Felipe Dmab, Pedro Mendes e Matthew Wood, à frente da galeria Mendes Wood DM, em São Paulo, ficou em 93º lugar. Adriano Pedrosa, diretor artístico do Museu de Arte de São Paulo (Masp), em 96º.
O ranking anual é elaborado por um júri internacional anônimo e considera a influência internacional sobre a produção artística e a contribuição para a arte no ano anterior.
Em primeiro lugar na lista deste ano estão os galeristas suíços Iwan e Manuela Wirth. Para ele, arte, dinheiro e poder não são polos opostos, mas sim elementos que se complementam. Por isso, a lista costuma ter menos artistas individuais — nem um quinto dos nomes — e mais galeristas, curadores, colecionadores, diretores de museus e, neste ano, até uma empresária da moda, Miuccia Prada (61º).
Para a ArtReview, a crescente influência dos Wirth deve-se ao fato de que eles mudaram o modelo de venda e comercialização de arte. Eles parecem ter compreendido que "a venda de obras de arte não é tudo, mas que os ricos querem comprar também um estilo de vida", escreveu a revista.
Em segundo lugar, está o artista chinês dissidente Ai Weiwei. "Agora que ele tem permissão para viajar, o efeito de suas exposições é outro", diz Rappolt. Ai Weiwei deve assumir em breve o cargo de professor convidado na Universidade das Artes de Berlim.
David Zwirner, megagalerista alemão que tatua em Nova York, ficou com o terceiro lugar. Outros alemães na lista incluem o fotógrafo Wolfgang Tillmans (11º), Gerhard Richter (27º) – o artista alemão vivo mais caro da atualidade – e o diretor da Neue Nationalgalerie, em Berlim, Udo Kittelmann (60º).
Os "top 8" não ficaram muito diferentes da edição anterior, com nomes influentes como os diretores de equipe da galeria londrina Serpentine, Hans Ulrich Obrist e Julia Peyton-Jones (4º), o marchand norte-americano Larry Gagosian (6º) – que, segundo estimativas, alcançou a maior receita entre as galerias –, o chefe do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), Glenn D. Lowry (7º), e a artista Marina Abramovic (8º).
Para Markus Eisenbeis, chefe da casa de leilões Van Ham, em Colônia, a lista retrata mais o mercado que o universo das artes. "Quem tem a melhor rede, procura se destacar." Para ele, o ranking também "mostra assustadoramente como o mercado de arte é determinado, no final, por algumas poucas figuras".
Markus Heinzelmann, diretor do Museu Morsbroich, em Leverkusen, especializado em arte contemporânea, concorda e diz que o ranking demonstra "o poder do dinheiro". "Em que ambiente e entre quais nomes tanto dinheiro circula pelo globo?"
Mais para o final da lista apareceram pessoas influentes de países da América do Sul, incluindo os representantes do Brasil, África (Camarões e África do Sul), Oriente Médio (Líbano) e Ásia (Índia e Bangladesh) – o que a ArtReview entende como um sinal da crescente internacionalização da arte contemporânea.
AF/dpa/rtre