Combate à fome
26 de junho de 2011O brasileiro José Graziano da Silva, de 51 anos, foi eleito neste domingo (26/06) diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), durante a 37ª conferência do órgão, realizada em Roma.
Ele obteve 92 dos 180 votos. Quatro a mais que seu principal adversário, o ex-ministro do Exterior espanhol Miguel Angel Moratinos.
José Graziano da Silva, até agora subdiretor da entidade, sucede no cargo o senegalês Jacques Diouf, há 18 anos no posto, e toma posse em 1° de janeiro de 2012. A FAO, com sede em Roma, é a maior agência da ONU, com um orçamento anual de mais de 700 milhões de euros.
Crise de alimentos
O brasileiro, que desde 2006 é também o representante regional da organização para a América Latina e Caribe, era considerado o favorito entre os seis candidatos. Agora, enfrentará o desafio de combater a fome em um mundo mergulhado em uma crise de alimentos.
Jacques Diouf se tornou líder da organizaçãoem 1993, ao suceder ao especialista libanês Edouard Saouma. Diou assumiu o cargo um ano depois e foi reeleito duas vezes. O mandato do futuro diretor estará, entretanto, limitado a quatro anos, segundo a última reforma da entidade.
O objetivo da FAO é a luta global contra a fome e a melhora da produção e da distribuição dos produtos agrícolas em tempos de mudanças climáticas.
Agrônomo, professor e escritor, José Graziano foi ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome entre 2003 e 2004, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele coordenou a elaboração do programa Fome Zero e deu início à implementação do projeto.
Apoio de Brasília
O governo brasileiro se empenhou fortemente no apoio à candidatura de Graziano, que ocorreu num momento em que o país está expandindo sua produção agrícola e a lançando-se como produtor mundial de alimentos.
Há cerca de uma semana, a presidente Dilma Rousseff lançou o novo Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, que recebeu 107,2 bilhões de reais para financiamento da produção agropecuária do país. A chefe de governo defendeu, na ocasião, que o Brasil seria o único país com capacidade de ampliar a sua produção de forma sustentável, sem causar danos ao meio ambiente.
Foi o próprio ex-presidente Lula da Silva quem manifestou, no ano passado, a intenção de indicar o nome de Graziano como candidato à liderança da FAO. Uma sugestão aceita pela atual presidente, Dilma Rousseff, que encaminhou, em janeiro deste ano, a indicação ao comitê responsável.
MD/lusa/dpa
Revisão: Francis França